domingo, 24 de julho de 2011

Daqui e dali... João Lopes de Matos

O PROF. ARMANDO MOREIRA
Faleceu há pouco uma pessoa marcante na história de Carrazeda e na vida de muitos cidadãos em particular, incluindo eu próprio:- o prof. Armando Moreira.

Vai já longe o ano em que, vindo do Castedo, ele se radicou no nosso concelho:1950.
Deu aulas no Seixo e encontrou-me na 3ª classe. Foi sempre um mestre muito exigente, muito dedicado e muito prestável, entregando – se de alma e coração não apenas aos seus alunos mas também a todas as pessoas que carecessem dos seus préstimos.

Vivíamos num tempo em que o professor era o elemento mais importante na vida social, pela cultura que tinha e difundia e pelo exemplo que dava. Era um tempo também em que o professor vivia na aldeia onde ensinava e, por isso, era um farol a indicar o caminho a todas as pessoas.
Estava a par dos acontecimentos nacionais e era possuidor da tecnologia que ia aparecendo ,sendo o introdutor dela no meio rural.
– Lembro-me, perfeitamente, como se fosse hoje, de quase toda a gente do Seixo ter seguido, através do seu rádio, no largo fronteiro à varanda da sua casa, o relato das exéquias do funeral do Presidente da República, General Carmona.
Muita gente na aldeia recorria ao seu avisado conselho e aos seus préstimos para tratar de variados assuntos na sede do concelho.
Casou no Seixo com a prof. Clotilde Inês Nunes e nasceram os filhos que todos lhes conhecemos. Também a nível familiar foi exemplo para todos nós.
Na sede concelhia, participou na vida administrativa e nela sempre foi trabalhador esforçado, de trato afável e simples, de uma honestidade irrepreensível e com um apurado sentido de justiça, além de uma humanidade sem limites.
Mas a luta que verdadeiramente o marcou estaria ainda para vir: foi o trabalho incansável, juntamente com sua esposa, da criação dum lar e dum jardim de infância, contribuindo assim para que as crianças e os idosos pudessem ter uma vida mais feliz e digna.
A sua vida foi, pois, excelentemente preenchida e, se é certo que ninguém é insubstituível e os que nos seguem continuarão, com certeza, a obra feita, também é verdade que há pessoas que fazem a diferença e nos ficam a fazer muita falta.
Há pessoas, como o Prof. Moreira, que nos deixam, ao morrerem, uma enorme, desconfortável, triste sensação de vazio.
Termino dirigindo-lhe um grande obrigado por ter estado entre nós.
João Lopes de Matos

5 comentários:

isaura disse...

Faço minhas as palavras do comentario anterior e recordo tal como o autor,tudo o que foi dito do nosso querido prof.Moreira,assim como num dia em que houve uma grande nevada no Seixo e arredores,e fui lindo ver o prof.Moreira a brincar com a neve,como qualquer um dos residentes da freguesia, embora vivesse nela havia pouco tempo.Um grande obrigada por todo esse convivio.Que saudades nos deixou.

Anónimo disse...

Por que é que gosta de todos os profesores e não gosta do setôr Mesquita?

Anónimo disse...

Gratidão

É a gratidão virtude tão excelsa que o nosso Padre Bernardes, nessa obra admirável chamada “Nova Floresta” não hesitou em opinar: “É ditame sabido de todos que se deve aceitar e agradecer até um alfinete, porque o amor, com que se dá, sempre é cousa nobre e preciosa”.
Da gradação dos sentimentos nasce a sua qualificação, não apenas a sua quantidade.
Se, pois, o agradecimento pode ser bem ou mal sentido ou bem ou mal feito, não se torna ilógica nenhuma expressão que atribua qualidades ao agradecimento ou ao agradecido.
Abro um livro de Camilo (por exemplo, “Um Homem de Brios”), e leio assim:
“Eu sou grosseiro, mas tenho coração agradecido”.
De facto, vendo bem, “coração agradecido” equivale a coração a que se agradeceu. Mas o caso é que significa antes - coração que agradece, que fica em gratidão.
Não conheci o Prof. Armando Moreira…
Conheço-o agora, pelo “coração agradecido” de João Lopes de Matos.
Parabéns.

Carlos Fiúza

Anónimo disse...

Gratidão

É a gratidão virtude tão excelsa que o nosso Padre Bernardes, nessa obra admirável chamada “Nova Floresta” não hesitou em opinar: “É ditame sabido de todos que se deve aceitar e agradecer até um alfinete, porque o amor, com que se dá, sempre é cousa nobre e preciosa”.
Da gradação dos sentimentos nasce a sua qualificação, não apenas a sua quantidade.
Se, pois, o agradecimento pode ser bem ou mal sentido ou bem ou mal feito, não se torna ilógica nenhuma expressão que atribua qualidades ao agradecimento ou ao agradecido.
Abro um livro de Camilo (por exemplo, “Um Homem de Brios”), e leio assim:
“Eu sou grosseiro, mas tenho coração agradecido”.
De facto, vendo bem, “coração agradecido” equivale a coração a que se agradeceu. Mas o caso é que significa antes - coração que agradece, que fica em gratidão.
Não conheci o Prof. Armando Moreira…
Conheço-o agora, pelo “coração agradecido” de João Lopes de Matos.
Parabéns.

Carlos Fiúza

isaura disse...

È triste, sentir o desdem com que as pessoas,algumas,falam do que não conhecem,ou fingem que não conhecem.Mais valia não fazer comentários.