segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pare, Escute e Olhe defendeu linha do Tua em Bragança

Ajudar a travar a desertificação do Nordeste Transmontano. Foi com esse objectivo que Jorge Pelicano, realizador e operador de câmara da SIC, decidiu fazer um documentário sobre a extinção da Linha do Tua, o Páre, Escute e Olhe.
Um documentário já premiado em diversos festivais mas que chegou a Bragança e Macedo de Cavaleiros apenas um ano e meio depois da primeira apresentação pública.
Já devíamos ter vindo há mais tempo mas é o trazer o filho à casa da sua mãe. O ponto de partida foi Bragança por causa da noite do roubo dos comboios da estação em 1992, com a promessa de que voltariam. Foi a partir daí que resolvemos fazer esse documentário. Ao longo dos últimos anos o povo transmontano tem sido enganado pelo Poder Central.”
Apesar de a exibição ter decorrido num sábado à tarde, o auditório Paulo Quintela, em Bragança, reuniu quase uma centena de pessoas que não quiseram perder a estreia do documentário Páre, Escute e Olhe em Bragança.
Valdemar Pais, o último ferroviário de Bragança foi um dos mais atentos. Mesmo depois de sofrer um acidente que lhe levou um braço, continuou ligado aos comboios como guarda do museu ferroviário, até 2005. Agora lembra com saudade os tempos em que ainda havia linha de caminho de ferro. “Mexeu muito comigo e saltaram-me as lágrimas aos olhos. Deixou-me muita tristeza e muita mágoa”, diz.
O despovoamento das terras do interior foi precisamente o mote que permitiu a Jorge Pelicano avançar com este projecto. E o realizador admite que já conseguiu causar algum impacto.
Mesmo algumas pessoas que apoiavam a barragem já ficaram um bocado renitentes. Só queríamos que as pessoas reflectissem e tivessem consciência que não estão a perder apenas uma linha do comboio mas sim a perder a sua identidade.”
Jorge Pelicano promete ainda continuar a bater-se contra o despovoamento do Interior do país.
Brigantia

2 comentários:

mario carvalho disse...

Jorge Pelicano diz que falta união entre autarcas em prol da região


Comentários
Não existem comentários.
AdicionarPara Jorge Pelicano, autor e realizador do documentário “Pare, Escute e Olhe”, o encerramento da Linha Ferroviária do Tua significa a perder um potencial turístico da região de Trás-os-Montes e que encerrar a linha ferroviária do Tua é desinvestir no futuro. “Eu acho que é mau para a região ao não se aproveitar a linha do Tua como um potencial turístico que pode trazer gente para a região e que pode fixar as pessoas cá por isso é estar a desinvestir no futuro”, considera Jorge Pelicano, citando o estudo de impacto ambiental que “diz que a barragem é positiva para o país, mas que é negativa para a região”, refere, questionando: “Vejamos o que era o Douro a quinze anos atrás e o que é agora?”.
O autor lamenta que o documentário tenha “chegado um pouco tarde” à região mas considera que talvez não tenha existido muito interesse. Jorge Pelicano conta que quando chegou a Trás-os-Montes para iniciar as filmagens pensava encontrar uma população que estava disposta a lutar contra com o encerramento da linha do Tua mas o que notou foi um certa resignação. “Pensava eu quando vim para Trás-os-Montes que a população estava revoltada, mas o que notei foi muita grande resignação” recorda, acrescentando que “numa primeira fase fiquei desapontado, mas depois percebi que a história era mesmo essa, porque as pessoas estão fartas de mais de 20 anos de promessas politicas não cumpridas”, descreve o realizador que andou durante dois anos em filmagens na região.
Por outro lado Jorge Pelicano nota também que não existe uma união entre os autarcas do distrito, em prol do desenvolvimento da região. “Eu acho que não existe uma união por parte dos autarcas devido às suas cores politicas. A linha ferroviária do Tua não é de Mirandela, é de todo o distrito de Bragança e de Portugal e é isso que temos que defender e todos os autarcas do distrito deviam puxar pela preservação daquela linha ferroviária”, refere Jorge Pelicano, dando como exemplo a ferrovia na Suíça, apresentada no documentário, onde o autor considera que” existe uma união entre todos em prol de um desenvolvimento comum”.
O realizador de “Pare, Escute e Olhe” refere que mesmo que esta linha “vá por água abaixo” existe um documentário que “vai conseguir guardar para sempre toda aquela beleza.”.

Anónimo disse...

POIS POIS ...
E O QUE LHES PAGAM PELOS TERRENOS OCUPADOS ...
QUEM ME DERA TER POR LA TERRENECO ...

ASS.O BICO CALADO