As minhas últimas cogitações sobre política têm-me conduzido a uma asserção: actualmente, na base de qualquer moderna proposta política está (ou deve estar) sempre a ideia do liberalismo.
Liberalismo quererá dizer que qualquer solução deve vir da iniciativa das pessoas, que constituem a sociedade, e por elas deve ser posta em prática. Qualquer sociedade que se preze deve ser formada por cidadãos conscientes e participativos, que, momento a momento, criam, gerem, fiscalizam os modos de funcionamento das várias instituições em que a sociedade está organizada.
Liberalismo será sinónimo de liberdade, com a correspondente responsabilidade.
Já não se compreende que tudo seja dirigido do topo: a criação de empresas, a gestão destas, a organização da solidariedade ou a governação administrativa.
Nas pessoas existem vários pensares. Os pensares semelhantes criam entidades do jaez correspondente ao pensamento que os une. As várias entidades criadas entrechocam-se umas com as outras porque provenientes de pensares diferentes.
Subjacentes ao livre entrechoque apontado hão-de estar princípios como os da não violência, livre iniciativa, respeito mútuo, e, nas relações económicas, a lei da oferta e da procura, entendida não em termos excessivamente competitivos.
Uma sociedade virá a ser formada com cariz mais colectivista ou mais individualista, conforme a natureza das organizações livremente criadas pelas pessoas.
Claro que numa sociedade destas há-de existir grande autonomia, muita auto-governação, imensa descentralização. É preciso que as pessoas tomem as rédeas da governação.
Mesmo a solidariedade deve ser resolvida nas unidades de base: igrejas (conjunto dos crentes) ou entidades não confessionais, o que resultar do que as pessoas decidirem.
Será que, por esta forma, se chegará a algum lado?
João Lopes de Matos
Liberalismo quererá dizer que qualquer solução deve vir da iniciativa das pessoas, que constituem a sociedade, e por elas deve ser posta em prática. Qualquer sociedade que se preze deve ser formada por cidadãos conscientes e participativos, que, momento a momento, criam, gerem, fiscalizam os modos de funcionamento das várias instituições em que a sociedade está organizada.
Liberalismo será sinónimo de liberdade, com a correspondente responsabilidade.
Já não se compreende que tudo seja dirigido do topo: a criação de empresas, a gestão destas, a organização da solidariedade ou a governação administrativa.
Nas pessoas existem vários pensares. Os pensares semelhantes criam entidades do jaez correspondente ao pensamento que os une. As várias entidades criadas entrechocam-se umas com as outras porque provenientes de pensares diferentes.
Subjacentes ao livre entrechoque apontado hão-de estar princípios como os da não violência, livre iniciativa, respeito mútuo, e, nas relações económicas, a lei da oferta e da procura, entendida não em termos excessivamente competitivos.
Uma sociedade virá a ser formada com cariz mais colectivista ou mais individualista, conforme a natureza das organizações livremente criadas pelas pessoas.
Claro que numa sociedade destas há-de existir grande autonomia, muita auto-governação, imensa descentralização. É preciso que as pessoas tomem as rédeas da governação.
Mesmo a solidariedade deve ser resolvida nas unidades de base: igrejas (conjunto dos crentes) ou entidades não confessionais, o que resultar do que as pessoas decidirem.
Será que, por esta forma, se chegará a algum lado?
João Lopes de Matos
8 comentários:
Concordo
Liberalismo quererá dizer que qualquer solução deve vir da iniciativa das pessoas, que constituem a sociedade, e por elas deve ser posta em prática.
............
só que o próprio liberalismo impões regras às pessoas e às suas iniciativas .. e .. hoje como está na moda .. até já os comunistas, socialistas , trokstistas e no fundo todos os istas que para aí abundam.. apregoam o seu próprio liberalismo...
por isso .. mais vale ser nada e saber-se o que se é do que ser tudo e não saber-se nada.
cumprimentos
mario
"existem vários pensares..."
Plenamente de acordo, mas o problema surge quando o diferente pensar é a justificação para o insulto, a falta de respeito e o ataque pessoal. Principalmente quando aparece dos "iluminados" que se julgam donos de todas as verdades e que não passam de uns ditadores de opinião!
Daí que seja importante o filtro dos administradores dos blogues para evitar aqueles pecados dos ditadores baratos!
X
caro JlM
Tenho a certeza de que não fez a mesma interpretação que o anónimo X
pois o seu nível intectual será muito superior
concordo qom tudo o que escreveu só que o próprio liberalismo está muito condicionado
e por isso , se calhar, mais vale uma pessoa ser independente desta corrente política que hoje todos dizem defender...
Era esse o sentido .. lançar a polémica sobre o liberalismo (actual ) e não sobre a sua pessoa
que prezo também pela coragem e sabedoria
cumprimentos
mario
Caro Mário Carvalho,
Lamento que não tenha compreendido o alcance daquilo que eu quis dizer, mas nem por isso o considero intelectualmente inferior.
Aliás, admiro a sua luta constante para tentar passar a sua mensagem que eu julgo muito válida e até coincidente com a minha em muitos aspectos.
Ter-se-á sentido atingido? Seguramente não era a si que até agora me referia. Lamento.
Não quis debruçar-me sobre o liberalismo em si, com todas as vantagens que o caracterizam e com todos os travões e limites que seguramente se lhe devem impor.
Por aí muito haveria a dissertar. Há uma frase de JLM que define com clareza aquilo que penso em relação ao liberalismo: “Liberalismo será sinónimo de liberdade, com a correspondente responsabilidade.”
Quis referir-me apenas ao RESPEITO PELO PENSAR DIFERENTE a aos limites que se devem também impor. E esses limites devem também passar por não menosprezar ou tentar menorizar (muito menos insultar) o outro por pensar diferente.
Daí eu referir os “ditadores de opinião”.
Cumprimentos,
X
Caro X
Permita-me que corrija..Não o considerei intelectualmente inferior.. considerei o JLM superior pois conheço-o (como intelectual pela sua participação neste e noutros blogues) melhor do que conheço o anónimo X embora considere que com mais alguma participação sua, possa vir a considerá-los " semelhantes"
Eu não me senti visado nem mínimamente ofendido porque cada um pode pensar de mim o que quiser embora concorde que não foi para mim .. como refere
A minha preocupação maior foi o não ter tido a capacidade de transmitir correctamente a minha opinião o que se traduziu na cr´tica do amigo X e que podia ser a interpretação de outros leitores deste blogue Por isso tentei ser mais explicito.
Como é natural fiquei muito sensibilizado com os seus comentários
cumprimentos e obrigado
mario
http://sobreorisco.blogspot.com/2010/05/eis-o-que-nos-promete-o-neo-liberalismo.html
Cogitações (Parte II)
Li, com agrado, as "cogitações" de JLM.
Sem surpresa, encontrei-me com ele a defender muitas das suas propostas.
Em associação de memória, vieram ao meu espírito defesas semelhantes, em temas diferentes, por homens diferentes em épocas diferentes.
E uma delas, pela sua actualidade, permito-me comentar aqui.
Não resisto a traduzir o seguinre livro "Man and Superman" desse genial fazedor de paradoxos que foi o Sr. Bernard Shaw. Escreve ele:
"A função essencial do casamento é a continuação da espécie, como se diz na Bíblia. A função acidental é a satisfação do sentimento "amorítico" da humanidade".
Como o Sr. Shaw foi homem de boas piadas, se não fossa a admiração que noutros aspectos me merece, podíamos dar, para comentário, a "piada" de que a melhor esterilização artificial do sentimento "amorístico" é o cansativo "amor livre".
E então o ideal (?) seria acabar com a função acidental, porque ela é efémera, traiçoeira e, se todos a transformassem em primordial, o homem cairia de novo no isolamento em que estava antes de ser criada a sua companheira.
Este e outros aspectos da Vida, explicam muita coisa que às vezes divide a opinião de filósofos, de cientistas, de moralistas e outros pensadores ou investigadores ansiosos por darem definições (pelo menos definições) a problemas sociais.
Abraço de parabéns.
Carlos Fiúza
artigo interessante!
Aproveito agora para responder aos desafios de MC.
Liberalismo não é apenas uma visão economicista da sociedade ou sequer meramente política, mas sobretudo uma filosofia de vida,uma maneira de estar no mundo, que faz com que se concilie a liberdade com a responsabilidade que cada um tem na constução de uma sociedade melhor.
Tem razão:nesta visão convergem vários pensares,desde os de esquerda aos de direita.
Mas sempre hão-de sobrar tarefas para o Estado realizar.
JLM
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