domingo, 20 de fevereiro de 2011

Daqui e dali... João Lopes de Matos

Anonimato

Tenho de confessar aqui que tenho um defeito de alguma magnitude, que me tem sido apontado por diversas pessoas: é a indefinição. Ligada a ela estão também a conciliação e a mudança frequente de posição. Não tanto a indecisão, pois que as decisões são tomadas, só que há uma grande variabilidade nelas: ora são tomadas num sentido ora noutro, por vezes o oposto.
Sinto existir em mim uma propensão para ver as coisas de diversos ângulos e daqui não viria mal nenhum ao mundo se, após a tomada de posição, esta se mantivesse estável por um lapso razoável de tempo.
Mas não. Tomada uma decisão, a dúvida permanece a inquietar o meu espírito e, quando é necessário decidir novamente, todo o processo se repete na íntegra: de novo têm que ser sopesados os prós e os contras e nada me garante que não venha a decidir em sentido diametralmente oposto.
Sinto que estas normas de pensamento já nasceram comigo, fazem parte da minha herança genética e a minha vontade pouco pode fazer contra elas.
Vem isto a propósito dum tema recorrente nos blogues: o anonimato de quem comenta ou escreve. E não é que agora me deixei seduzir pelas virtudes do que se diz sem indicação da proveniência!
Realmente, quando uma pessoa escreve incognitamente, como que diz às pessoas: pensem nesta ideia e só nela, não se preocupem com quem a lançou e vejam se ela tem ponta por que se lhe pegue. É como uma prova de vinho às escuras. É aceitável ou não? Que acham?
A apreciação nada terá a ver com quem lança a ideia mas apenas com ela própria.
Mas a minha tendência para a conciliação chega rápido a uma plataforma de entendimento: o anonimato será de pôr em prática nos comentários (não ofensivos, claro) e apenas nestes e não nos artigos de primeira página, digamos assim. Por isso é que este vai subscrito e os comentários não.
Mais razões para isto: é bom tentar novas atitudes, procurar outros caminhos, sabendo-se que, por vezes, quem se mete por atalhos nem sempre arranja trabalhos.
Por outro lado, existe em mim uma vontade forte de fazer com que as apreciações nada tenham a ver com beleza ou fealdade (ainda que no sentido puramente espiritual) da pessoa que escreve.
Comigo já ficam a saber com o que contam. Comecemos por ora apenas com o anonimato dos comentários para ver o que dá.
João Lopes de Matos

12 comentários:

mario carvalho disse...

mas .. isso é o que quasi todos já fazem

situação e oposição

quando é favorável.. assinam quando não é .. são anónimos

assim ficam sempre bem e sempre disponíveis conscientes para ocupar os lugares..


Só que hoje em dia enganam-se porque o IP de envio identifica-os...Já não há anónimos... nem segredo de justiça como diz o sr Pinto Monteiro

cumprimentos e é um prazer voltar a lê-lo


mario carvalho

ps . às vezes faz falta a possibilidade de colocar aqueles bonequinhos que riem ou choram ou têm uma lampada nestes blogues pois permitem transmitir melhor o sentido da mensagem

Anónimo disse...

Os blogues e as provas de vinhos às escuras

Bem que quase ia jurar que o “anónimo” dos comentários era o meu Amigo João Lopes de Matos.
A sua “inquietação”, a sua “ironia”, a sua “flexibilidade”, o seu “querer não querendo” apontavam para Si.
O “prefiro antes isto do que aquilo”, hoje… o “rejeitar” do mesmo amanhã, tornou o seu “temperamento” demasiado percetível para os próximos.
É bem mais o JLM das “polémicas”… mais do que das “indefinições”.
“Preferir antes” é vulgar ouvir-se até nas gentes mais cultas.
“Prefiro antes isto do que aquilo” é bem seu… é tomar “preferir” como sinónimo de “querer”, estabelecendo mentalmente respondência entre aquela frase e: “quero antes isto do que aquilo”.
O homem não é escorreito… o meu Amigo, sendo homem, também o não é. Ninguém o é!
Como desabafo, eu também o “prefiro” antes assim… Humano!

Abraço
Carlos Fiúza

Anónimo disse...

O JLM é realmente muito bonzinho!

Anónimo disse...

Há muita gente que, através do anonimato, escreve coisas excelentes e,identificando-se, não.´
Como o que nós pretendemos é ler e discutir ideias,ficaríamos com muita pena que certas ideias não nos fossem transmitidas.
Aliás,o recurso ao disfarce é comum a muitos escritores(Fernando Pessoa,Rómulo de Carvalho,Adolfo Correia Rocha,Álvaro Cunhal,LVS)que,com certeza,se sentem mais à vontade a emitir opiniões quando a identificação não é verdadeira.
Certo que acaba por se saber o nome verdadeiro.
Mas demora algum tempo e,entretanto,permite ser mais atrevido.Compreenda que nem toda a gente tem a sua coragem,caro M.C..
Pense que talvez lhe convenha fazer alguns comentários como anónimo,porque vendo o seu nome alguns leitores já nem olham para o que escreve.
JLM

Unknown disse...

O meu amigo JLM não podia arranjar melor pose confessional. Defendo que cada um, tem direito a ter a sua opinião àcerca deste ou daquele assunto e, de livremente a manifestar.Porém, devem fazê-lo assumindo e assinando. Dar a cara, ser o pai da criança. Todos os que se refugiam na anonimato, são como aves de rapina aguardando a oportunidade de atacar e fugir. Mas, podem os anónimos dar um contributo válido com os seus comentários? Poder podem, mas não é a mesma coisa. Ainda bem que a politica dos administradores dos Blogues, é filtrar e publicar o que eles entendem que o deve ser. Aqui já não é a vontade do anónimo, mas sim a do administrador. Aqui muitos sentem o vazio dos seus comentários, jocosos ou mesmo ofensivos, que não passaram. Quando alguém se dá ao trabalho de ler a opinião expressa do autor do escrito e tem vontade de responder, usa o local próprio "Deixar o seu comentário". Quando o autor do comentário se identifica como anónimo, e dado que há tantos anónimos, que gozo ou prazer pode sentir, ao ver o seu comentário? Só o prazer de saber que ninguém sabe, quem foi o autor daquela frase ou pensamento tão profundo. Sómos como sómos. Não sómos iguais, nem felizmente pensamos da mesma maneira. Tenho para mim que não devo dar crédito a um anónimo, mesmo que este diga coisas justas e boas, lá no fundo tem os motivos para escolher o anonimato, mas então... de que lhe serve isso?! Aquele ditado de que para ser sério, não basta parecer é preciso ser. Assim deixo aos meus amigos anónimos um apelo para que venham dar a cara e assumam as suas ideias, ninguém leva a mal por isso. MBP

Anónimo disse...

Que sentido tem a própria vida?
Tudo isto é uma brincadeira.Para quê tudo levar a sério?
À mulher de César é que se lhe recomendava que parecesse séria,não bastando sê-lo.Porque tinha um bom nome a defender:o de César,não o dela.
A simples mortais,que importância têm as balelas que dizem?
JLM

Anónimo disse...

Ó manel, ou devo dizer, ó pai da criança, sómos iguais, não sómos? ai não sómos, não sómos!

Cumps.,

LVS

Anónimo disse...

Muito bom poder lê-lo de novo!
Obrigada.
Mariana

PS: e VAV?

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
mario carvalho disse...

obrigado pelas sua palavras caro JlM..

Se as pessoas ao lerem o meu nome já nem leem o que lá está escrito penso que é bom ..associam o nome à mensagem .. a mensagem passou .. e esse era o meu objectivo

Embora ainda nem tudo esteja definido sobre a destruição da linha.. se isso vier a acontecer , o que desejo é que contribua , realmente para o desenvolvimento de Trás os Montes .. e que esta batalha tenha contribuido para alertar e ao mesmo tempo exigir as contrapartidas mais justas .. por aquilo que destroem... O nosso mal , transmontanos, é subvalorizarmos o que temos e aceitarmos tudo o que nos impingem

cumprimentos

mario

......

ps como vê .. o senhor bem tenta ser anónimo mas não consegue

Anónimo disse...

viva a barragem

Anónimo disse...

o manel pinto até ganhava em escrever como anónimo. assim não se dava fé dos seus erros. e o LVS não perdoa.