quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Autarcas contra fecho do atendimento nocturno nos centros de saúde

Alguns autarcas do distrito de Bragança contestam o encerramento do atendimento nocturno nos centros de saúde, mas a ministra da Saúde desvaloriza a situação.
A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte aponta como uma das razões para o encerramento do atendimento nocturno nos centros de saúde de Bragança o «prejuízo» de algumas centenas de utentes que estavam sem médico de família.
Este organismo determinou que, a partir desta quarta-feira, os centros de saúde do Nordeste Transmontano encerram entre as 22:00 e as 08:00.
A informação foi transmitida às autarquias e centros de saúde cinco horas antes do encerramento, por volta das 17:00, num fax que a ARS do Norte fez chegar, já esta noite, às redacções.
No documento, a ARS do Norte anuncia a «alteração do horário de funcionamento dos centros de saúde Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vimioso e Vinhais».
Em declarações à TSF, o presidente da Câmara de Vimioso disse não concordar com o fim de atendimento nocturno no centro de saúde, mostrando-se «alarmado» e «triste».
Apesar de considerar que existe alternativa, José Rodrigues lembrou que, «para chegar ao hospital de Bragança, são precisos 50 minutos em condições normais do estado do tempo».
Por seu turno, em Vila Flor, o encerramento do atendimento nocturno não é temido, mas o autarca Artur Pimentel contestou o horário.
Artur Pimentel considerou ainda que não faltam alternativas, sublinhando que o 112 e a Linha Saúde 24 prometem resposta a «tempo e horas», apesar de nem todos estarem a par.
Já em Alfândega da Fé, a autarca Berta Nunes apelou à necessidade de «ser colocada uma ambulância nos bombeiros com as condições necessárias para fazer o atendimento de casos urgentes».
Questionada pela TSF, a ministra da Saúde afirmou que está tudo a correr dentro da normalidade, acrescentando que os autarcas transmontanos foram informados do fecho dos serviços de atendimento nocturno.TSF

2 comentários:

mario carvalho disse...

Não tem nada a ver com autarcas mas penso que as pessoas mais simples ... não deviam ser enganadas.. gastam quasi a reforma para quê?

cumprimentos

mario

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=10973

Tarifa social da electricidade reduz-se a cêntimos
5 de Fevereiro, 2011
Quando Diamantina Veiga recebeu a carta da Segurança Social e lhe disseram que era para ter desconto na luz pensou que «fossem 20 euros ou até mais» sem nunca calcular que o que estava reservado eram 59 cêntimos.
«O que é isso? Não é nada», foi a reacção de quem com, 78 anos, se deslocou ao balcão da EDP a Bragança para requerer a tarifa social.

Mas perdeu a viagem porque não conseguiu «meter a papelada» e pagou mais de táxi do que o desconto que pode vir a ter e que varia entre 40 e 80 cêntimos/mês no total da factura de electricidade.

A medida foi anunciada pelo Governo como apoio aos mais carenciados e em Janeiro a Segurança Social enviou cartas a beneficiários de prestações sociais para atestarem a condição de beneficiário desta redução na conta da luz.

«Eu tive a carta em casa muito tempo porque nem queria ir lá», contou Diamantina, que só passados 20 dias é que se entusiasmou a fazer os 20 quilómetros que separam Babe de Bragança.

«Juntámo-nos quatro que tinham as mesmas cartas e fomos num táxi», contou, explicando que pagaram cada uma, três euros pelo transporte partilhado.

As outras mulheres acabaram por entregar a papelada, mas Diamantina perdeu a viagem porque o contador está em nome do falecido marido e precisa da certidão de óbito para a transferência de propriedade e para beneficiar da tarifa.

Maria Rita, de 84 anos, recebeu a carta há 15 dias, em Moredo, e «pensava que era para fazer a prova de vida».

Ainda não fez nada com ela, porque também não sabe o que tem de fazer, mas para quem gasta «muito dinheiro em medicamentos dava-lhe jeito um desconto».

Na mesma localidade, a 25 quilómetros da cidade, vive a nora Ângela Monteiro, beneficiária do RSI, que tem opinião diferente: «Se vier cá de propósito não compensa» pois a viagem de ida e volta fica em 02,40 euros.

Ainda vai «pensar se realmente vale a pena o trabalho» porque não sabe «se é uma coisa simples ou se tem de andar aí às voltas».

«Acho que não é um apoio porque se estamos a ser beneficiários do RSI é porque precisamos mesmo e esse desconto não favorece assim tanto como isso».

No concelho de Freixo de Espada à Cinta não há um balcão da EDP, o que obriga as pessoas a deslocarem-se 50 quilómetros até Torre de Moncorvo, com um gasto mínimo em transporte público que ronda os 16 euros de bilhete de autocarro ida e volta.

Quando começaram a receber as cartas, Rui Portela, presidente da Junta de Poiares e carteiro no concelho, foi informando do que se tratava e garante que «umas rasgaram as cartas e outras guardaram-nas».

«Ainda tinham de pagar a um electricista para adaptar o contador, tinham de o ter em nome delas e são pessoas com reformas baixíssimas. Isto é ridículo e nem representa nada na vida das famílias» diz o jovem autarca, contando que alguns «entenderam aquilo como para tapar os olhos ao povo».

O acesso à medida também está disponível pela Internet, mas nem muitos destes beneficiários sabem lidar com ela, nem quem sabe o consegue numa zona onde não chega o sinal das novas tecnologias

Anónimo disse...

Mas se o pão subir um centimo, já é uma desgraça...