sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Não há dinheiro para reactivar Linha do Tua

A reactivação da linha do Tua que restará depois da construção da barragem vai custar dezenas de milhões de euros que ainda não estão contemplados nas contrapartidas da EDP.

A empresa responsável pela construção da barragem elaborou um plano multimodal de mobilidade, por imposição da Declaração de Impacto Ambiental. Esta é a contrapartida pelos 16 quilómetros da linha do Tua que a albufeira vai submergir. A EDP tem já dez milhões de euros disponíveis para criar novos acessos na zona da barragem de Foz Tua, mas não contemplam o investimento necessário para incluir neste plano o que restará da linha do Tua, entre a Brunheda e Mirandela.

O director geral do projecto da barragem de Foz Tua, Freitas da Costa, disse à Lusa que esse investimento dependerá do estudo sobre a sua sustentabilidade e da capacidade local de mobilizar recursos financeiros. Para dar início ao processo, a EDP está à espera que comece a operar a Agência de Desenvolvimento Regional, em que é parceira dos municípios de Mirandela, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Alijó e Murça, que são abrangidos pela barragem.Esta agência resulta também das contrapartidas da empresa e vai gerir o fundo financeiro correspondente a três por cento da facturação líquida anual da barragem.O plano de mobilidade já assumido pela EDP ficará também na tutela desta agência, que terá de decidir o que fazer em relação ao que restar da linha do Tua. No entanto, a criação desta agência também não está a ser pacífica. A disputa entre municípios e o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade pelo fundo financeiro oferecido pela EDP está a repetir-se na barragem de Foz Tua e a atrasar a entrada em funcionamento da agência de desenvolvimento regional. O mesmo impasse já tinha acontecido com a barragem do Sabor e o Ministério do Ambiente acabou por recuar na decisão de entregar a gestão do fundo ao ICNB e deixou nas mãos dos municípios a decisão sobre onde aplicar as verbas. As duas barragens em construção no Nordeste Transmontano são as primeiras a ser contempladas com um fundo financeiro correspondente a três por cento da facturação líquida anual da produção de energia. Brigantia

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