domingo, 25 de setembro de 2011

Trabalhadores búlgaros apanham maçã em Carrazeda de Ansiães

Em Carrazeda de Ansiães, a falta de mão de obra obriga os produtores de maçã a contratar trabalhadores da Bulgária. Por esta altura, há no concelho cerca de duas centenas de búlgaros. Este trabalhadores seguem depois para a apanha da castanha e da azeitona.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Lanço do IC5 entre Mogadouro e Miranda do Douro abre ao tráfego

O novo lanço do itinerário complementar 5 (IC5), que liga Mogadouro a Duas Igrejas (Miranda do Douro), abrirá ao tráfego às 24.00 horas desta quarta-feira, anunciou fonte da Estradas de Portugal (EP).
O IC5, considerado pelos autarcas da região como uma via “estruturante” e há muito reclamada pelos concelhos do nordeste interior, vai ligar o concelho de Miranda do Douro ao nó da futura auto-estrada transmontana, junto ao Alto do Pópulo, no concelho de Alijó.

Segundo uma nota da EP, este lanço desenvolve-se paralelamente à actual EN 221, engloba os nós de ligação Mogadouro, Sanhoane, Urrós, Sendim e Duas Igrejas, com a empresa a considerar que constitui uma “alternativa de excelência”, com significativa diminuição do tempo de percurso, e melhoria da segurança e circulação rodoviária.“O IC5, itinerário transversal que se desenvolve entre os distritos de Vila Real e Bragança, ligará Murça a Miranda do Douro, numa extensão aproximada de 132 quilómetros, servindo os concelhos de Murça, Alijó, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Alfandega da Fé, Mogadouro e Miranda do Douro, destina-se a estabelecer acessibilidades entre estes concelhos, actualmente descontinuas em alguns locais e a melhorar as condições de segurança e combate à sinistralidade”, pormenoriza a EP. Na região do planalto mirandês, o trajecto do IC5 é paralelo à actual Estrada Nacional (EN-221), que desde Janeiro de 2007 até ao início de Setembro de 2011 foi palco de 222 acidentes, dos quais resultaram 10 vitimas mortais, 19 feridos graves e 121 feridos leves, de acordo com um balanço apresentado à Agência Lusa, pela GNR, em véspera de abertura do IC5. Segundo uma fonte da concessionária Ascendi, o valor da empreitada do troço entre Mogadouro e Duas Igrejas ronda os 45 milhões de euros, para uma extensão de via com cerca de 37 quilómetros, incluída na concessão Douro Interior, que junta o IC5 e IP2. Até ao momento, a Ascendi já inaugurou no IC5 o troço entre Murça e a Estrada Nacional (EN-212). Público

terça-feira, 13 de setembro de 2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Daqui e dali... Carlos Fiúza

Requiem…

ALMA do pequenito e grande Portugal! Como estás doente!
Tua Língua, tua Força, teu Donaire, tua Elegância, tua Sonoridade, tua Destreza, tua Correção de linhas, tua Graça, tudo, tudo parece quererem roubar-te os que te abandonam ao desprezo de uma “evolução” que é antes corrupção.

Diz-se por aí, às vezes, parafraseando o dito de um linguista estrangeiro (Vossler) mal compreendido:
- “A pátria é aquele homem da rua, que ali vai, que a transforma e a faz”.

Experimento...
Chego-me ao pé desse homem, desse que está a fazer a pátria, e indago:
- “Podia dizer-me a que horas parte o comboio para Sintra?”.
E ele responde:
- “Tem agora o trama das quinze e um quarto…
Subo a escada, entro na chamada “gare”. Vejo escrito numa placa: “Sintra. Tranvia”.
Fico a pensar: será trama, será tranvia?
Quem faz a pátria, quem faz a língua… e quem na desfaz?
Quem acaba com os artificialismos e com as charadas na expressão pública?
Quem ajuda a estabelecer a destrinça entre corrupção, confusão e… “evolução”?
Quem defende eficazmente a personalidade quase perdida do nosso Portugal?

Como o substituído de Frei Luís de Sousa, Portugal pode responder ao “quem és tu?” - NINGUÉM!
Ou, como na simbologia vicentina, pode afirmar-se que todo o mundo faz gala na vandalização da alma pátria, da nossa personalidade linguística e “ninguém” quer saber da sua defesa…

Pobre Alma de Portugal! Amor da nossa herança e língua de nossos antanhos!
Podias ser tão bela!
Cheia de “baton”, mas desalinhada, com muitos berloques ortográficos mas com remendos em tuas vestes, querem fazer de ti mulher que se entrega ao primeiro pecador que te macule!

… E pecadores somos todos nós!

Mas por que não há de haver um Templo onde te prestemos culto, onde se pregue a palavra da tua Verdade, onde se defenda o teu Espírito, onde purifiquemos a nossa gesta de faladores e escrevedores?

… E, no entanto, valia a pena, porque a nossa Alma Expressiva é feita à imagem e semelhança da Língua do nosso Povo e essa – não é pequena!

(Um erro, uma falta muitas vezes leva a acontecer outro erro, outra falta).

Carlos Fiúza

“Carrazeda de Ansiães: Património, Paisagens e História”

De estrutura simples, bem paginado, muito ilustrado e com um design atractivo e moderno, esta nova edição da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães faculta um conjunto de informações de grande utilidade para todos aqueles que visitarem este território e que dele queiram ter um maior conhecimento.

Segundo o prefácio feito ao livro pelo presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, José Luís Correia, “esta publicação é uma das iniciativas inserida na estratégia de promoção do concelho, numa perspectiva global e integrada das suas potencialidade e capacidades de oferta turística”.

O livro faz-nos uma apresentação resumida do território e da história deste que é um dos concelhos mais antigos do nosso país, e depois, por ordem alfabética, conduz o leitor através das dezanove freguesias, expondo de forma sucinta, mas objectiva, as potencialidades paisagísticas, arquitectónicas, arqueológicas e culturais que existem em cada uma delas.

No fim são apresentadas algumas propostas de roteiros e percursos pedestres ou de BTT e uma informação actualizada dos melhores locais para comer e para dormir.

De realçar a preocupação de apresentar um guia bilingue, escrito em português e em inglês. Os textos são da autoria de Isabel Alexandra Lopes, as fotografias da Desteque, Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães e de Cristiano Morais.

A publicação desta obra resultou de uma parceria estabelecida entre a Desteque – Associação para o Desenvolvimento da Terra Quente e da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães. Notícias do Nordeste

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Inside Job,
um documento sobre a Crise pós-2000

Óscar de 2011 para o melhor documentário, Inside Job interpela sem o populismo de Michael Moore. Narrado por Matt Damon, sem mais recurso do que os factos e os depoimentos de uma série de economistas, jornalistas, políticos e analistas para explicar como tudo foi para chegar onde nos é,

permite apreender a real politik do sistema capitalista, na sua fase financeira. Tudo gira em torno de você, digo, da chamada desregulamentação, processo político que pretendia libertar a economia dos constrangimentos estaduais, em nome de Nosso Senhor, todo poderoso capitalismo selvagem. Liberdade para todas as mercadorias e sobre todas o dinheiro!, era a sua divisa, permitindo aos especuladores a invenção de múltiplas fórmulas capazes de multiplicar os seus rendimentos, incluive apostando contra os investimentos dos seus clientes, sabendo do grave risco que corriam, mas não os avisando.

Daí que foi como se passassem no meio do filme dois versos de Sophia:

Com fúria e raiva acuso o demagogo/E o seu capitalismo das palavras.

Com as finanças transformadas num verdadeiro Ma...caos, numa metáfora de casinos e prostituição, analistas e académicos das famosas escolas de administração, economia e finanças dos EUA tornaram-se consultores e assumiram cargos elevados no próprio governo.

A morte do socialismo que Vergílio Ferreira, entre outros, anunciou, como colocava entre a espada e a parede as políticas sociais... Defendia-se, ex novo, que a liberdade para o preso 001, capitalismo, seria a solução para um admirável mundo novo, espalhando desenvolvimento por toda a parte. O discurso foi convincente e até a maioria dos mais pobres o comprou, como um lugar no céu. Mas o que se não via é que o poder estatal não desaparecia: fora transferido para instituições como o FMI, o Banco Mundial e outras “governanças” globais que se tornaram mais fortes do que os Estados Nação.
Enquanto isso, poucos, muitos poucos desses grandes gulo$o$, educadíssimo$ criminoso$ de beija-mão financeiro acumulavam riqueza em todo este processo, sem que tenham sido punidos, sequer no heavy metal. Pelo contrário: o documentário mostra que muitos deles ocupam hoje cargos importantes na estrutura administrativa daquele país, indicados por Barack Obama. E nós,
cidadãos do mundo, vivemos sob isto que circula: No$$o $enhor. Algo já dito pelo historiador francês Fernand Braudel, para quem o capitalismo deveria ser dividido numa economia superior, onde se faz o capital, e uma economia inferior, onde praticamente as pessoas apenas trabalham e produzem para sobre_
viver. O impressionável é a quantidade daqueles que, nesse submundo, são submetidos a uma verdadeira lavagem cerebral, acreditando poder atingir a riqueza daqueles que controlam os meios pelos quais esse estatuto é conquistado. Talvez esta ganância obsessiva do tubarão e do peixe miúdo possa explicar melhor coisas mais complexas, como a corrupção, por ex. Talvez.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

A caruma, «poesia do quotidiano»,
em homenagem ao pinhal de Leiria...

Vi um grupo que muito me disse: A caruma, imagine-se, da Marinha Grande (e de Leiria). Os textos pareceram-me muito bons, mas ainda não analisei bem, e as letras que percorri na diagonal, pela internet, em alguns sítios, precisam de ser editadas. O letrista C. Martins enviou-mas num anexo, agora mesmo, mas analisá-las-ei menlhor no contexto do disco : "Diabetes com chantily", "Quem passou por ti"/até chegares a mim, "Nossa Senhora do Sis", "Vestido a esvoaçar", onde felizmente para ela o amor era platónico, e infelizmente para ele... Sendo interessante o uso de advérbios disjuntos avaliativos (na termitologia da TLEBS).

A sua música me reenviou não sei porquê não aos Balcãs, pelo uso do Eufónio, nem ao Bairro dos Deolinda, mas à Coimbra dos Anaquim. E a uma Ansiães, Carrazeda de, que é este país, em "Bezana":

Tenho muitos poderes
Três mil homens armados
Entre o ir e o fugir.
Mais um copo
Para decidir
E aqui fico,
Assim,
Parado

... Até cair!

Post Scriptum: A voz de Ana Santo e a presença em palco da guitarra de Carlos Martins são muito fortes. Fff, há também o Pedro Santos, nos teclados e no instrumento de sopro citado. Não gostei tanto da secção rítmica, apesar do currículo e de fazerem acompanhamento muito bem. O baixista é o Rui Costa, ex-Silence 4. Penso que ambos, baterista (José Carlos, Dapunksportif) e aquele baixista, poderiam ser mais orquestralmente criativos, embora esta faça apenas a opinião de uma noite.