quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Deputados do PSD querem reabertura dos SAP

Os deputados do PSD Olímpia Candeias e Adão Silva solicitaram à ministra da saúde a reabertura nocturna dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) dos concelhos do sul do distrito de Bragança, bem como da maternidade de Mirandela.
Requereram ainda que seja melhorada a rede de emergência pré-hospitalar em todo o distrito.
Em nota divulgada ontem, os parlamentares assentam as suas exigências na “distância” que separa dos hospitais de Bragança e Vila Real, os residentes em concelhos como Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Vila Flor.
Como exemplo, Olímpia Candeias apontou o parto numa ambulância dos bombeiros de Carrazeda de Ansiães, ocorrido, no passado dia 7 deste mês, a caminho do hospital de Vila Real.
A deputada sustenta que “se a maternidade de Mirandela não tivesse sido encerrada o parto não teria acontecido na ambulância”. Uma certeza que lhe advém do facto daquela unidade se encontrar a meia hora e 40 quilómetros de viagem, enquanto que a de Vila Real dista o dobro e é menos cómoda.
A maternidade de Mirandela é vista pela parlamentar como “suporte imprescindível às grávidas dos concelhos do sul do distrito de Bragança”. Sublinha que após o seu encerramento o número de partos realizados na maternidade de Bragança “caiu drasticamente”, o que na sua opinião “revela o quanto a tomada desta medida foi incorrecta”. Segundo os dados da Sub-região de Saúde de Bragança, 227 parturientes do distrito escolheram a maternidade de Vila Real para dar à luz
O funcionamento dos SAP durante a noite é apontado como um “serviço de retaguarda de apoio aos primeiros cuidados médicos”, já que constata-se que os concelhos do sul do distrito têm “péssima rede viária, as populações são carenciadas e económica e socialmente desprotegidas”.
Rádio Ansiães/Eduardo Pinto

2 comentários:

Anónimo disse...

A nossa deputada fala com desenvoltura mas tem uma propensão enorme para a demagogia.

AJS disse...

O número de nascimentos em ambulâncias tem vindo a diminuir nos últimos anos. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, são cada vez menos os bebés que nascem a caminho da maternidade.
Em 2001, do total de nascimentos em território nacional, 355 foram em locais variados, ou seja, fora das maternidades, hospitais ou casa. Este número representava 0,33% dos nascimentos em Portugal. Em 2003, o número cifra-se nos 119, um pouco acima do ano anterior, mas muito abaixo de 2001.
Precisamente no ano em que começam a encerrar as primeiras maternidades e blocos de parto, são 81 os bebés nascidos em ambulâncias ou outros locais. Em 2006, o valor representa apenas 0, 08% do total dos nascimentos.

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Como os dados são do INE, espera-se e acredita-se na sua autenticidade, a questão é a opinião pública, ou seja, esta notícia apareceu num canal nacional durante 3 minutos, já numa fase (depois das 14h) em que menos pessoas estão a acompanhar os "telejornais". Nesse mesmo jornal, uma notícia de um nascimento de uma criança numa ambulância "durou" 9 minutos, com direito a entrevista do bombeiro.