sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Daqui e dali... Henrique Raposo

A morte de Sócrates

Não, não estou a falar das sondagens. Estou a falar do "caso Vítor Baptista" e do "caso Ana Paula Vitorino/Mário Lino". São gravíssimos, mas já ninguém liga. Sócrates está morto, mas levou consigo a nossa dignidade pública.

I. No início do mês, um braço direito de Sócrates (André Figueiredo) foi acusado de tráfico de influências por um deputado do PS. Vítor Baptista, o dito deputado, disse que foi aliciado com um cargo numa empresa pública (eis a grande utilidade "social" do Estado) a troco da sua não-recandidatura ao PS de Coimbra. Se não me engano, André Figueiredo vai processar Vítor Baptista, invocando a ladainha do costume: "Ai o meu bom nome". Mas o ponto aqui é outro: o Ministério Público já abriu um inquérito a este caso? Está aqui em causa um possível crise de tráfico de influências. Um crime público, portanto. Mas, até agora, ainda não vimos nenhuma actividade do MP. Está tudo a dormir na rua Politécnica? Ou será que as guerras civis entre procuradores ocupam toda a energia dos ditos procuradores? E o pior é que tudo isto se passa perante a passividade do país, em geral, e das elites, em particular. Já ninguém liga. Os anos Sócrates mataram aquilo que restava da nossa moral pública.

II. Entretanto, rebentou um dos casos mais graves de sempre: pela primeira vez, uma ex-governante, Ana Paula Vitorino, disse claramente que foi pressionada por um ministro, Mário Lino, no sentido de beneficiar x e y . Isto é de uma gravidade absoluta. Porque Ana Paula Vitorino quebrou, e ainda bem, a Omerta socialista. Mas - lá está - já ninguém liga. E porquê? Será por causa do debate sobre o orçamento? Com certeza, o debate sobre o orçamento consumiu o oxigénio mediático. Mas, mesmo sem orçamento para discutir, este caso não teria o impacto que devia ter. Porque já ninguém liga. O regime funciona apenas de forma mecânica. Não tem vitalidade moral.

III. Estes dois casos constituem a estocada final em Sócrates. Mas o pior é que Sócrates leva consigo a nossa dignidade enquanto comunidade política, enquanto espaço público. E, neste ponto, convém frisar o seguinte: todo o espaço público está ligado à máquina, mas há um actor que se destaca pelo ar particularmente cadavérico - o PS. O que dizer do PS? O PS aguentou Sócrates mesmo quando este se envolveu nos escândalos e casos que todos conhecemos. O PS aguentou "socráticos" inenarráveis como o senhor dos gravadores. É triste, mas a verdade é esta: o PS, meus amigos, só começará a expulsar Sócrates quando as sondagens indicarem a morte política do primeiro-ministro. Ora, tendo em conta os últimos sinais , os anjos bons do PS vão começar finalmente a aparecer. Que bravura.
Henrique Raposo, Expresso

Apanha de cogumelos ainda sem regras

O código florestal que vai permitir que a GNR fiscalize a apanha de cogumelos ainda não entrou em vigor. A nova legislação prevê que a colheita para consumo próprio não exceda os 5kg, e empresas que comercializam o produto ou entidades que o usem em investigações também ficam sujeitas a regras.
Dezembro do ano passado era a data prevista para o seu início, mas o prazo foi adiado para Dezembro deste ano.
A confirmação chega de Manuel Moredo, presidente da Associação Micológica “A Pantorra”.
Provavelmente entrará em vigor ainda em Dezembro deste ano, mas ainda não é certo”, sublinha.
A Pantorra” organiza, este fim-de-semana, mais um encontro micológico.
Nesta 12ª edição, o objectivo é divulgar a actividade no aspecto científico e cultural.
Este encontro surge no sentido de divulgar a micologia. Há 12 anos que estamos a divulgá-lo, dando a conhecer o cogumelo, identificando-o. Neste momento a associação tem 450 espécies identificadas.”
As inscrições no encontro micológico da Associação “A Pantorra” estão abertas ao público em geral e, este ano, os preços estão inclusive mais baixos.
Para além da tradicional saída de campo, haverá ainda uma conferência acerca do valor gastronómico e nutricional dos cogumelos.
O encontro decorre este fim-de-semana, em Mogadouro.
CIR/Brigantia

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Quando o impensável se torna inevitável

Desde o fim de Agosto que a pressão exercida sobre o PSD e o seu líder para que este aprovasse o Orçamento de Estado - que, recordemo-lo, só foi conhecido a 16 de Outubro, e incompleto - foi avassaladora. Essa pressão exprimiu-se muitas vezes através de argumentos pouco sérios e de métodos menos legítimos. Mas era impossível de ignorar. O surpreendente é que o PSD lhe tenha resistido com tanta firmeza, recusando pronunciar-se sobre um Orçamento que não conhecia.

Agora que o Orçamento é conhecido, começa a compreender-se quão ponderada foi essa posição. Senão vejamos: trata-se de um orçamento baseado numa previsão de crescimento totalmente irrealista ; um orçamento que se propõe reduzir o défice em quase 4% num único ano em pleno ambiente de recessão; e nem assim deixa de ser um orçamento com um inaceitável cariz despesista . Hoje, mesmo os que ainda põem velinhas pela aprovação do Orçamento já não ousam defender a tese de que ele deveria ter sido viabilizado de olhos fechados.


Eu não tenho qualquer dúvida que um Orçamento irrealizável como este que o Governo apresentou é um passaporte certo para a insolvência. Bastarão alguns meses até saírem os primeiros relatórios de execução - mal se souber que afinal a despesa não está a descer conforme se previa, e que a receita se está a portar pior do que se esperava, bum! fecha-se a torneira do crédito privado, e seremos obrigados a accionar o mecanismo de urgência europeu, FMI-style. E quando chegar este momento, repete-se a lenga-lenga: "agora que temos de pedir apoio externo não é momento de eleições", "seria irresponsável negar ao Governo o apoio às medidas exigidas pelos nossos credores europeus", "ou nós ou o caos".
Temos portanto um País encurralado pela estratégia de sobrevivência de quem nos governa. A menos que sejamos capazes de pensar para além do impensável e de vislumbrar o que já é inevitável. Começando por reconhecer este simples facto: Portugal já não pode evitar o recurso ao mecanismo de apoio europeu. Um OE2011 credível era o último recurso de que o País dispunha, mas também este foi desperdiçado por José Sócrates e Teixeira dos Santos. Ora se já não é possível evitá-lo, valerá a pena adiá-lo? A única razão para viabilizar um OE que todos, até Mário Soares, admitem ser mau, péssimo, terrível, seria que a alternativa fosse pior. Mas será? A opção parece ser entre livrarmo-nos de Sócrates agora, fazendo entrar o FMI, ou esperar uns meses e arriscarmo-nos a ver Sócrates usar o FMI como nova tábua de salvação política. Postas assim as coisas, a escolha torna-se fácil. Vasco Campilho, Expresso

PSD à frente!

Henrique Monteiro

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ex-primeiro-ministro islandês processado

O ex-primeiro-ministro da Islândia Geir Haarde vai ser processado pelo Parlamento daquele país por negligência. Geir Haarde, de 59 anos, do Partido da Independência, governava a Islândia na altura em que o sistema financeiro se afundou, em Outubro de 2008. (…)
O Parlamento islandês considerou agora Haarde culpado de não ter agido atempadamente de forma a travar o desenrolar da crise, o que acabou por obrigar o governo a tomar o controlo dos três maiores bancos do país. (…)
Uma comissão parlamentar tinha ido mais longe e recomendado que não apenas Haarde mas também três dos seus ministros fossem processados, mas o Parlamento acabou por decidir não interpor qualquer processo judicial contra os outros antigos governantes.
A recomendação da comissão parlamentar seguia as conclusões do Relatório Verdade, publicado em Abril pela Comissão de Inquérito Especial. O documento apontava para “enorme negligência por parte dos dirigentes políticos e dos banqueiros islandeses na altura em que o sistema financeiro do país se afundou”. (…)
A falência do sistema financeiro nacional levou muitos islandeses a perderem o emprego ou as suas poupanças. OA

O que faz falta é animar a malta

Henrique Monteiro

Daqui e dali... Vasco Graça Moura

Portugal esfarrapado

A história registará que Aníbal Cavaco Silva foi o Presidente da República que teve de lidar com o pior Governo de Portugal dos últimos 35 anos. Pior mesmo do que qualquer dos outros governos socialistas anteriores, o que já era quase impossível de conceber.
O Presidente teve de exercer o seu mandato num constante estado de alerta e viu-se, mais do que uma vez, na necessidade de chamar a atenção do País para o que se preparava. Quem não prestou atenção às suas palavras não pode agora queixar-se.
Cavaco Silva entendeu exercer o seu mandato no mais estrito respeito das normas constitucionais. No estado de esfarrapamento e depauperação em que Portugal se encontra, eu teria preferido mais voluntarismo da sua parte, isto é, que ele varresse a testada pondo essa gente no meio da rua sem demora. Mas reconheço que, constitucionalmente, não seria fácil despachar assim, sem mais nem para quê, um governo saído de eleições e com uma maioria a seu favor.
Por outro lado, nas últimas semanas, o seu magistério de influência e a sua capacidade de intervenção vêm-se mostrando decisivos para se chegar a uma solução de viabilização orçamental. Por via dela o País ganhará ainda um precário balão de oxigénio, e este Governo há-de seguir em funções até ser integralmente responsabilizado.
É claro que poderia ser desfiado aqui um ror de razões para apoiar Cavaco Silva. Mas entendo que para já basta uma só: Cavaco Silva é, neste momento, o único garante de que Portugal não vai a pique!
Se o país não pudesse contar com ele na chefia do Estado, lugar em que a sua autoridade, a sua experiência e o seu saber, quer no plano político, quer no plano profissional, lhe permitirão assumir um papel absolutamente fulcral, o resultado seria pior do que o de qualquer intervenção externa devida à bancarrota, viesse ela de Bruxelas, do BCE ou do FMI.
Em tempos escrevi que, pelo rumo que as coisas tomavam, nos arriscávamos a ficar condenados a ser a 18.ª autonomia espanhola. Esse foi um manifesto erro de perspectiva da minha parte. No estado a que chegámos, não prestamos para coisíssima nenhuma, nem mesmo para autonomia espanhola. E já nem a Espanha nos quer seja para o que for... Um país nas lonas, de analfabetos, peticionários e de calaceiros que votaram PS para se chegar a este lindo serviço, não interessa à Espanha e não lhe serve para nada.
Mas também é verdade que, com a governação insensata desta gente que está no poder, se não houver quem a meta na ordem, a perda da independência não tardará a decorrer de uma fragmentação acelerada: e veremos a Galiza anexar o Minho e o Douro Litoral, Castilla y Léon ligarem a si Trás-os-Montes, o Alto Douro e as Beiras, a Estremadura incorporar o Alentejo e a Andaluzia chamar um figo ao Algarve, com Lisboa a fingir que é uma espécie de Andorra atlântica e a brincar ao Portugal dos pequeninos. Aí, o PS há-de obstinar-se em apoiar esse esfacelamento nacional, que será mais um álibi para a sua incompetência e mais uma saída para umas quantas fornadas de boys.
Com todos os seus problemas, eu prefiro, ainda assim, que se mantenha bem inteiro o "Portugalete" de que falava Tomé Pinheiro da Veiga na Fastigímia. É o meu país, é com ele que me identifico e é nele que me reconheço. É aqui que vivo e respiro os seus valores morais, intelectuais e afectivos, é aqui que falo a minha língua, que encontro a minha família, a minha atmosfera e a minha paisagem, é daqui que olho para o mundo, enfim, é aqui que alimento alguma esperança acaso ainda possível, apesar de ela ser um bem cada vez mais escasso nesta Lusitânia defraudada.
Para que Portugal continue a ser o meu país e o de tanta mais gente que pensa, sente e quer exactamente como eu, é necessário que a chefia do Estado nos acautele contra a repetição de aventuras que foram sendo cada vez mais perigosas, de actuações que se tornaram cada vez mais irresponsáveis e de mentiras que se vieram mostrando cada vez mais escandalosas.
Portugal tem vivido uma ficção de si mesmo fabricada sem escrúpulos pelo Governo. Para sair desse estado de coisas, este país avariado precisa de um presidente da República que saiba o que faz e que faça o que tem a fazer. Em Cavaco Silva já o encontrou.
Vasco Graça Moura, DN

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Portugal tem 3º menor crescimento da década no mundo

Portugal teve o terceiro menor crescimento económico do mundo na última década (6,47%), ganhando apenas à Itália (2,43%) e ao Haiti (-2,39%), numa lista de 180 países publicada pelo El País com base em dados do FMI. (...) DN

Daqui e dali... Henrique Raposo

A cultura da politiquice

Nas últimas semanas, a cultura da politiquice atingiu o seu pique aqui na Pátria. Para a elite política e "comentadeira", uma chantagem é apenas uma jogada. Os "José Sócrates" nascem e alimentam-se neste ambiente podre.
I. Já aqui escrevi várias vezes sobre o assunto, mas volto à carga: não temos cultura política, temos cultura de politiquice. Em "Lesboa", a política é reduzida a um mero jogo táctico, onde os factos, os números e os princípios não contam. Nesta "Lesboa" da politiquice, a política passa a ser apenas um concurso: "quem monta a esparrela mais suja ao adversário?". E, para cúmulo, a elite "comentadeira" (políticos-comentadores e comentadores-políticos) acha que estes esquemas são o ADN da política.

II. Nós últimos dois meses, ficámos a saber o seguinte: o governo não conseguiu controlar a despesa, mostrando incompetência e cobardia. Há um descalabro total nas contas. Um facto. Depois, perante as exigências da oposição, José Sócrates ameaçou demitir-se, caso o seu orçamento não fosse aprovado. Pior: dizia que não negociava, pois isso representaria governar com o orçamento da oposição. Outro facto. Um facto que mostrava, ao vivo e a cores, o autoritarismo (versão "quero, posso e mando") e a irresponsabilidade (versão "vou saltar do barco") de José Sócrates. Estes eram os factos que estavam em cima da mesa. Porém, a cultura da politiquice colocou toda a pressão em Passos Coelho (o PSD, de repente, passou a ser um partido que governa o país desde 1995). Mas, bem vistas as coisas, esta inversão do ónus acaba por não ser surpreendente: basta recordar a forma como Manuela Ferreira Leite foi desprezada.

III. Mesmo aqueles que perceberam a armadilha montada por Sócrates transformaram essa óbvia "chantagem" numa mera "jogada". A chantagem do primeiro-ministro era (e é) intolerável do ponto de vista política e moral. Mas nesta cultura da politiquice não existe moral, só existe um "relativismo" táctico que reduz tudo a esquemas e esparrelas. Não interessava qualificar a armadilha e a chantagem de Sócrates, só interessava saber se Passos ia cair na armadilha. Felizmente, Passos não fez esse favor a Sócrates.

IV. Um modo de vida está a acabar, um regime está em crise, mas a "Lesboa" do comentário não consegue passar da espuma dos dias, não consegue ver além do seu umbigo intriguista. Este ambiente politiqueiro, que une partidos e muitos media, é o tipo de ambiente que afasta o debate público dos problemas reais do país. É o tipo de ambiente que permite que um ilusionista, como José Sócrates, consiga passar vários anos sem responder, de forma directa, às perguntas que lhe são dirigidas. Só me lembro de uma verdadeira entrevista com José Sócrates. Não por acaso, os entrevistadores dessa foram apelidados de "mal educados" por muita gente. Na cultura da politiquice, encostar o primeiro-ministro às cordas é sinal de "má educação".
Henrique Raposo, Expresso

domingo, 24 de outubro de 2010

É desta!

Henrique Monteiro

Daqui e dali... António Freitas Cruz

De mentira em mentira até chegar o FMI
Quando Sá Carneiro morreu no ainda misterioso acidente de Camarate, abriu--se diante de Pinto Balsemão o labirinto habitual da política portuguesa: ele era o sucessor natural, mas a complicada teia das ambições, invejas e traições, dentro e fora do seu partido, não lhe deu sossego. Balsemão foi vencendo as conspirações, mas acabou por se demitir. Aí nasceu a célebre frase de vitória em vitória até à derrota final.

Ocorre-me a lembrança a propósito do Orçamento para 2011, que não me atrevo a analisar como especialista (que não sou), mas que seguramente vou amargar como aposentado neste Portugal financeiramente amordaçado (assim escreveria, noutros tempos, o patriarca Soares).

Também agora poderemos dizer que vamos de mentira em mentira até à bancarrota. Ainda há pouco mais de um mês, o ministro das Finanças (que desilusão!) garantia que as contas seguiam em linha com o previsto, ao mesmo tempo que o primeiro-ministro (que confirmação!) vociferava contra aqueles a quem chamava catastrofistas ou alarmistas, consoante a arrogância do momento. Era o tempo em que Portugal chegou a ser chamado por Sócrates campeão europeu do crescimento...

Foi por este caminho de falsidades que os portugueses foram conduzidos ao maior suplício dos tempos modernos. Aprovem lá o Orçamento, abram as portas ao FMI - mas não deixem sem castigo (político e não só) os responsáveis por estes crimes.

É que já basta!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Remodelação de escola avança no próximo ano

A Escola Básica 2,3 e Secundária de Carrazeda de Ansiães deverá entrar em obras no próximo ano ou, o mais tardar, até 2015.
Com três décadas de funcionamento, o estabelecimento de ensino sofre de alguns desajustamentos em relação às necessidades actuais e precisa urgentemente de melhoramentos nas instalações.
O presidente do Agrupamento de Escolas de Carrazeda de Ansiães confirma que a empreitada já está assegurada.
O parque escolar tem de estar concluído até 2015 e esta vai ser uma das escolas candidata para entrar em obra. Não sei se será em 2011 ou 2012, mas vai entrar” adianta Jerónimo Pereira.
O pavilhão gimnodesportivo chegou a estar encerrado temporariamente por falta de condições e só reabriu graças a pequenas obras feitas nas últimas semanas que permitiram que continuasse a funcionar.
Mas este é só um exemplo da degradação da escola.
Ela já tem 30 anos e precisa de obras urgentemente, uma remodelação geral” afirma. “O próprio pavilhão gimnodesportivo precisa de uma remodelação de fundo” acrescenta.
Quando as obras de fundo começarem, também será melhorada a ligação ao novo centro escolar, que acolhe o primeiro ciclo e jardim-de-infância.
Quando as obras estiverem a decorrer, vai haver uma ligação entre os vários edifícios e haverá também outras condições da cantina da escola sede para o centro escolar” explica.
Até 2015 a Escola EB 2,3 e Secundária de Carrazeda de Ansiães vai entrar em obras para melhorar as condições de ensino. CIR/Brigantia

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pouco mais de meio milhão de euros em PIDDAC para Bragança

O Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central, o chamado PIDDAC, volta a penalizar a região no Orçamento de Estado para 2011.
No distrito de Bragança, o PIDDAC baixou de pouco mais de quatro milhões e duzentos e sessenta mil euros, em 2010, para 656 mil euros em 2011.
Em Vila Real, sete dos 14 concelhos do distrito não foram contemplados com qualquer verba directa.
À semelhança do que sucedeu no ano passado, apenas quatro dos 12 concelhos do distrito de Bragança têm direito a constar deste plano de investimentos: Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro e Mogadouro. (...) Brigantia

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Juízes pagam "factura de terem incomodado boys do PS"

O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) disse hoje que a penalização que esta classe vai sofrer com os anunciados cortes orçamentais é a "factura" pelo seu trabalho em processos como o "Face Oculta" e "outros anteriores". DN

Música antiga no Douro até Abril de 2011

A TurelTCR - Desenvolvimento e promoção do Turismo Cultural e Religioso, está a promover no Douro a “Temporada de Música Antiga”. Esta iniciativa insere-se no projecto “Douro Religioso: Visitar, Conhecer e Reconhecer”, que visa aprofundar o conhecimento sobre o património religioso…
…do Douro, material e imaterial, conjugando o conhecimento, com a qualificação da visita turística e notoriedade turística desse mesmo património. Com esta temporada de música, composta por 18 concertos, a Turel pretende dinamizar o património religioso do Douro, atraindo turistas e população local para a descoberta da música antiga nos espaços religiosos emblemáticos do Douro. A iniciativa, que vai percorrer toda a região do Douro, com especial incidência na época das vindimas, Natal e Páscoa, teve início a 5 de Outubro e termina a 23 de Abril de 2011. Locais como a Sé de Miranda do Douro, a Sé de Lamego e a Matriz de Mogadouro serão o palco desta temporada de música, que abrange 14 concelhos da região demarcada do Douro, a saber: Lamego, Alijó, Moimenta da Beira, Carrazeda de Ansiães, Régua, Vila Real, Resende, Freixo de Espada-à-Cinta, Penedono, Miranda do Douro, Sabrosa, Tabuaço, Mogadouro e Torre de Moncorvo.
Notícias de Vila Real

Comunicado MCLT – 16 de Outubro de 2010

Comunicado MCLT – 16 de Outubro de 2010

As notícias vindas hoje a público sobre a Linha do Tua são um retrato fiel do estado actual da República: uma democracia falida moralmente. Nenhum mecanismo ou ferramenta consagrado nos mais diversos diplomas para a defesa dos interesses dos cidadãos passou incólume pelo ressuscitado crivo da censura e dos interesses de uns quantos poderosos, dentro e fora do Governo. É triste, lamentável, e definitivamente condenável que em 3 anos de estudos profundos, pareceres de especialistas, organismos e figuras públicas, opiniões de utentes e visitantes, e de dezenas de milhares de assinaturas reunidas contra a construção da barragem do Tua, basta que o querer de uma mão cheia de figuras indignas e execráveis e a inacção das instituições que regulam o bem-estar da Democracia derrube tudo, como um fatalista vendaval anunciado. O Vale do Tua caiu numa vil ditadura, pois nada do que aqui aconteceu nestes meses de amargura, incerteza e muita luta, se pode sequer confundir com o que seria possível numa verdadeira Democracia.

Estamos saturados dos subterfúgios, mentiras e censuras usadas para passar a ideia de que a Linha do Tua não tem passageiros nem é rentável, como se aliás pululassem na rede ferroviária nacional vias-férreas rentáveis, mesmo na Grande Lisboa e Grande Porto, ou inclusivamente o futuro CAV. O “Projecto de Proposta de Desclassificação da Linha do Tua”, da responsabilidade da REFER, baseia-se na procura da Linha do Tua no 1º trimestre de 2004, época de baixa procura, e como se tal bastasse para ser representativo da procura real e potencial da Linha, afirmando ainda que “se deve colocar a questão de saber se as necessidades de transporte público nas regiões por onde passa a Linha do Tua não podem ser satisfeitas, em condições mais económicas e mais eficientes para a colectividade, através da implementação ou do reforço de outros meios de transporte”. Sobre este documento em particular tecemos os seguintes comentários:

1. Desafiamos a REFER a refazer a sua análise mas com base na procura do ano 2000, que superou os 96.000 passageiros, o que não acontecia desde 1992, ano do encerramento infame do troço Mirandela – Bragança;

2. Lançamos ainda o desafio de se reabrir a Linha do Tua na sua totalidade até Bragança, criar uma rede de transportes integrada com o transporte rodoviário de passageiros e de mercadorias, estabelecer horários e ligações compatíveis com os dinamismos municipais e regionais, dar oportunidade à criação de uma empresa de turismo ferroviário intimamente ligada com o tecido turístico regional, e depois sim, ao cabo de 5 anos de experiência, afirmarem com a mesma desfaçatez ignóbil que “não se atingem os valores mínimos social e economicamente justificativos de manutenção de serviço público ferroviário”. Quanto a esta aberração, convidamos também o Conselho de Administração da REFER a vir a Mirandela expressar esta opinião aos utentes da Linha do Tua in loco, apontando qual o limite abaixo do qual não se justifica social e economicamente um serviço público;
3. É ilustrativo do desconhecimento e falta de interesse do Conselho de Administração da REFER colocar a questão da “alternativa mais viável”, uma vez que a CP oferece, e apenas apontando o caso da Linha do Tua, 122 quilómetros e 14 anos de experiência em como as necessidades de transporte público das populações servidas pela Linha do Tua não podem ser satisfeitas com outros meios, nem de forma mais barata, nem mais confortável, nem sequer mais segura que pelo comboio. É de facto lamentável que tal não seja já do seu conhecimento.

Quanto à aprovação do RECAPE da Barragem do Tua, colocamos apenas a mais simples reflexão, tanto ao cidadão comum, como ao Presidente da República, Ministério Público e demais instituições que zelam pela integridade da República: se já o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) concluía tacitamente que a Barragem do Tua é não apenas inútil como uma assassina do Desenvolvimento e da Coesão Territorial, e uma vez que o RECAPE veio acrescentar ainda mais pormenores escabrosos aos já identificados no EIA, qual é a justificação da Agência Portuguesa do Ambiente e do Ministério do Ambiente para aprovarem a construção da barragem? De novo: isto não seria possível numa Democracia a sério.

A luta pela Linha e pelo Vale do Tua não terminam aqui. Acções enérgicas serão ainda tomadas por todos quantos defendem este património, para além daquelas que já estão em marcha, como a classificação em curso da Linha do Tua como Património Nacional, que ao contrário do que afirmou a Ministra da Cultura é totalmente incompatível com a barragem, e como a possibilidade mais que séria da desclassificação do Douro Vinhateiro Património da Humanidade, ponderada pela UNESCO ao mais alto nível internacional. Mirandela, 16 de Outubro de 2010.
MCLT - Movimento Cívico pela Linha do Tua
http://www.linhadotua.net

domingo, 17 de outubro de 2010

Barragem aprovada dita fim da ferrovia

O presidente da câmara de Mirandela estranha o "secretismo" em torno da eventual aprovação do Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução da barragem de Foz Tua, anunciada pela Lusa, citando fontes relacionadas com o processo.

José Silvano diz ter sido apanhado de surpresa por estas notícias. "Não fui informado por ninguém sobre esta alegada aprovação, o que ainda é mais estranho porque o nosso município integra este processo desde a primeira hora", sublinha o edil.

Para além disso, os cinco autarcas dos concelhos que são atravessados pelo troço - Mirandela, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Alijó e Murça - assumiram uma posição conjunta a reclamar que seja a EDP a suportar os custos da mobilidade das populações na zona, caso a construção da hidroeléctrica fosse aprovada. "Queremos saber como serão executadas as condicionantes impostas pelo próprio RECAPE", acrescenta.

O autarca social-democrata recorda ainda que uma das contrapartidas da EDP para os concelhos que vão ser abrangidos pela construção da barragem do Tua é a sua participação, através de um fundo financeiro, no nascimento de uma Agência Regional de Desenvolvimento. "Ainda nada nos foi dito, pelo que aguardamos por mais desenvolvimentos", sustenta o presidente do município de Mirandela na reacção à alegada aprovação definitiva do empreendimento e do parecer favorável "condicionado" ao RECAPE. Decisões que ainda não foram tornadas públicas.

Manuela Cunha, dirigente do Partido Ecologista Os Verdes (PEV) considera "lamentável" esta decisão, caso venha a confirmar-se, mas acredita que "ainda não significa um ponto final" no processo.
A primeira subscritora do movimento que conseguiu a abertura do processo de classificação da Linha Ferroviária do Tua como Património de Interesse Nacional, que teve parecer favorável do IGESPAR, em Junho, espera que a publicação em Diário da República possa servir para a suspensão da construção da barragem.

Manuela Cunha, avisa que, se for necessário "recorreremos para tribunal" para que "o valor patrimonial da Linha do Tua seja reconhecido de uma vez por todas e que isso sirva para repor a linha ao serviço do transporte das populações permitindo que seja um dos pilares do desenvolvimento turístico do vale do Tua", sublinha.

Recorde-se que a EDP não apresentou no RECAPE nenhuma proposta de alternativa ferroviária ao troço da Linha do Tua que ficará inundado. As alternativas vão passar pelos transportes fluviais (segmento turístico) e rodoviários (mobilidade quotidiana).
JN

Vem aí o homem do saco

Henrique Monteiro

sábado, 16 de outubro de 2010

Barragem está definitivamente aprovada e a linha do Tua será submersa

A construção da barragem de Foz Tua está definitivamente aprovada, com a conclusão do processo de avaliação ambiental que impõe algumas condições à EDP, mas aprova o empreendimento e a consequente submersão da linha do Tua.

Segundo soube a Lusa junto de várias partes do processo, há já quase dois meses que foi emitido o parecer favorável condicionado ao RECAPE (Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução), sem que ainda tenha sido tornado público.

"A apreciação ao RECAPE da barragem de Foz Tua ocorreu em agosto e o parecer favorável condicionado da APA, Agência Portuguesa do Ambiente, foi emitido no dia 26 (do mesmo mês)", adiantou à Lusa fonte daquele organismo.
Lusa

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Daqui e dali... Henrique Raposo

Uma vergonha chamada PCP

O Nobel da Paz foi entregue a um opositor democrático chinês, Liu Xiaobo. Na resposta, o PCP gritou de indignação. Eis a verdadeira face do PCP: uma força anti-democrática, que envergonha Portugal.

I. Em agosto, meio a brincar, escrevi: "o marxismo acabará em Cuba antes de desaparecer em Portugal" . Em setembro, rebenta a notícia: o comunismo cubano está a morrer, e as mudanças 'capitalistas' estão a caminho. Misteriosamente, este assunto não está a ser seguido em Portugal. Há uns aninhos, as nossas TVs estavam sempre a falar de Cuba (sobretudo do catarro de Fidel Castro). Mas agora não mostram nada. O PCP agradece o silêncio. Assim não tem de explicar por que razão o seu modelo político preferido está a morrer.

II. Na semana passada, depois de Liu Xiaobo ter recebido o prémio Nobel da Paz, o PCP disse o seguinte: este acto é um "golpe na credibilidade de um galardão que deveria contribuir para a afirmação dos valores da paz, da solidariedade e da amizade entre povos". Bravo. Um homem que luta contra a ditadura comunista não merece o respeito do PCP. Estamos a falar do mesmo PCP que passa a vida a invocar a PIDE para se sentir superior em relação aos outros partidos. Meus amigos, Liu Xiaobo tem uma "PIDE" à perna, está preso por uma "PIDE". Aliás, ao pé desta "PIDE" chinesa, a PIDE era brincadeirinha. A China ainda é um Estado totalitário. Já não mata aos milhões, como no tempo de Mao, mas a estrutura está lá. Mas, claro, o PCP não reconhece isto, porque o regime chinês é comunista, e os comunistas, como toda a gente sabe, não criam ditaduras.

III. Coisa ainda mais curiosa: é na China que existe o tal "capitalismo selvagem" de que tanto fala o PCP. O capitalismo sem regras, levado à força por um estado totalitário e sem qualquer base de estado de direito: eis a China em 2010. Curiosamente, o PCP defende o regime do "capitalismo selvagem".

IV. Nestas declarações sobre política internacional, o PCP torna explícito o seu desrespeito pela democracia. Mas, atenção, esse desrespeito também existe implicitamente dentro de casa. Dentro da nossa democracia, o PCP continua a pensar que a rua é mais importante do que a urna, continua a pensar que a democracia popular (a força demonstrada na rua) é mais importante do que democracia institucional (o peso real no parlamento). E isto criou um vício tremendo no nosso sistema político: Portugal dever ser o único país da UE onde é impossível a existência de um acordo de governação à esquerda. O PCP (e o BE) excluem-se do processo político, excluem-se do arco de governação, um facto que impede uma coligação de governo (PS/PCP, PS/BE) - a coisa mais normal em democracia. Por que razão isto acontece? Porque os nossos comunistas acham que o modelo de Cuba é que é bom. Um tema para outras conversas. Expresso

Obra inaugurada há uma semana já revela falhas

O novo Centro Escolar de Carrazeda de Ansiães tem falhas que não foram previstas, que prejudicam a comunidade escolar, e que agora vão obrigar a gastar mais dinheiro.
A autarquia já solicitou apoio à Direcção Regional de Educação do Norte.
O presidente da Câmara Municipal adianta que já está a tratar de corrigir os problemas que acabarão por se sentir mais quando o Inverno chegar.
Nada é perfeito. Algumas das deficiências foram detectadas pelas técnicas da DREN que fizeram a vistoria” refere José Luís Correia, acrescentando que “dentro das nossas possibilidades procederemos à correcção” dessas deficiências, nomeadamente “a cobertura do acesso ao bloco da EB2, à cantina, a área do recreio, WC’s e a eliminação de barreiras e arestas que possam causar lesões graves aos alunos”.
O governador civil de Bragança também já ouviu a reclamação do autarca e espera que seja possível corrigir o problema em breve.
Não há nenhuma casa que se acabe e que não se deva começar porque só no fim é que percebemos o que está errado” afirma Jorge Gomes, acrescentando que “há de facto aqui algumas críticas à arquitectura do edifico, mas que já estão a ser estudadas e estão coisas perfeitamente ultrapassáveis”.
Apesar de alguns problemas, o governador civil de Bragança, pensa que a reorganização do parque escolar no distrito de Bragança foi, no geral, positiva. Escrito por CIR/Brigantia

Engenharia financeira

Antero

Obras na linha do Douro isolam moradores em Foz-Tua

A Refer está executar obras de vedação da linha do Douro, junto à estação de Foz-Tua, em Carrazeda de Ansiães, que vai deixar cerca de vinte moradores sem acesso às suas casas. Dizem que passam à beira da via desde sempre e que não têm alternativa.
Para já está feito um muro baixo que "rouba" cerca de um metro à anterior delimitação, em prejuízo da passagem que há décadas é usada pelos populares para aceder às suas residências. "Se for preciso vir uma maca a casa para levar um doente nem tem por onde passar", atirou, ao JN, Maria de Fátima, logo corroborada por António Manuel: "Esta é a única saída que tenho". E por Fernanda Sequeira: "Toda a vida entrámos em casa pela linha. Se a taparem como vai ser?". "Só se for pelo ar!", ironiza António Santos. "Se houvesse aqui gente de peso como antigamente olhe que eles não abusavam assim. Iam eles e tudo na frente!", torna Fátima Sequeira.
A população já solicitou apoio ao presidente da Junta de Freguesia de Castanheiro do Norte, Sérgio de Castro, que levou o assunto à última Assembleia Municipal de Carrazeda de Ansiães. "Sinto-me revoltado com esta situação", sublinhou, já que apesar de as casas terem sido construídas depois da linha ferroviária, "já ali existem há muitos anos" e agora "vão pôr-lhe um muro à porta". Para além de que "nunca ali houve qualquer acidente". "A passagem de nível oferece mais perigo e ainda não automatizaram", acentuou.
Ironicamente desafiou os moradores ou a Câmara Municipal a "comprar um helicóptero para as pessoas poderem entrar e sair de casa". E, falando a sério, pediu à autarquia para interpor uma "providência cautelar em tribunal para que as obras não possam ser executadas". Em último caso, o protesto poderá passar por medidas mais arrojadas.
A Refer respondeu a um contacto feito pelo presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, que "
tem todo o direito a fazer a obra e que estão a executá-la no domínio público da Refer".
Sobre a providência cautelar pedida pela junta, o autarca, José Luís Correia, explicou que a empresa ferroviária "pode executar as obras sem qualquer controlo por parte da Câmara" e que o regime especial que o permite "impossibilita o efeito útil de qualquer embargo municipal". E que no caso de a providência cautelar avançar a empresa ferroviária poderia vir a "invocar prejuízos que seriam imputados à Câmara". Como por exemplo, haver um atropelamento de alguém pelo comboio naquele local ou o empreiteiro ter de parar as obras que estão a ser executadas.
Apesar de condicionada, a Câmara vai estar "solidária e até à exaustão" com a Junta e com a população de Foz-Tua. E "se se verificar que está a ser levantado em terreno que não seja domínio público da Refer, o muro será demolido". Eduardo Pinto,
JN

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Coração Chopin, no Porto Bairro a Bairro

No dia 3 de Outubro, desloquei-me à Ordem dos Médicos (estando aí, em casa sua, o compositor clássico Rui Soares da Costa), para assistir ao recital encenado com o pianista Sébastien Dupuis e o actor Ivo Bastos no papel de Fryderick Chopin.

Foi muito bom. Vestindo a época, o texto de Castro Guedes (que não precisava criticar as vanguardas, para defender a sua opção pelo teatro de massas, «o mal menor»), de literatura clara, legível. Já o pianista, foi de grande técnica, e quase nenhuma emoção... Salvo as dinâmicas. Então, os scherzos, traduzo, as brincadeiras, não se perderam assim de seu carácter? Penso que não...
- Pois não são as novas interpretações nestes caminhos do (piano) romântico que continuam a leitura?

Muito feliz o paralelismo entre os dois corações: de D. Pedro IV, na igreja da Lapa, no Porto, de Chopin, na Igreja de Santa Cruz de Varsóvia, uma vez este ter terror de ser enterrado com vida. Sepultado na igreja de Père Lachaise, em Paris, em 17 de Outubro de 1849, sua irmã levou esse estranho tesouro mergulhado em cognac, numa pequena urna de cristal, até à sua pátria, onde o coração de Chopin descansa... em paz.

Vitorino Almeida Ventura

Post Scriptum: O organizador do evento foi Nuno Vidal, meu colega de ano e
curso na Universidade Católica. Sempre achei curioso o seu ar hierático, que agora cultiva mais e mais,
embora (espero que sem o incomodar) lhe direi ser pouco simpático o que aconteceu na Quinta da Macieirinha, em que pessoas com convite não puderam assistir. Parecia que uns convites valiam mais do que os outros. Acresce o facto de ser publicitada ENTRADA LIVRE. Uma autêntica negação do Porto... Bairro a Bairro. Penso eu de que, salvo melhor opinião.

Os anciãos

Henrique Monteiro

Daqui e dali... Tiago Mesquita

Violar o burro. Sodomizar um país


Duas notícias ao mesmo tempo: 1ª - Um burro foi violado. 2ª - Novo aumento de impostos pelo Governo. Não deixei de notar um certo paralelismo.

As notícias não têm qualquer ligação. Apenas o facto de por mero acaso as ter visionado em simultâneo. Uma no ecrã do computador. Outra no ecrã da televisão. E notícias que à partida não teriam qualquer relação podiam ser caricatura perfeita uma da outra.
"Jaime ovelha" era um homem problemático. Acabou mal. No seu historial constam dezenas de episódios de violação de todo o tipo de animais. Furtava galinhas e praticava sexo tântrico com elas - 31 exemplares de um só proprietário. Aparentemente Jaime confundia o galinheiro alheio com o bordel local. Acabava as noites coberto de penas enquanto fumava um SG gigante e bebia um copo de branco. Pelo meio, e à falta de um qualquer ser vivo não humano para saciar a sua bizarria sexual, terá ainda violado uma idosa de 90 anos.
A excepção à regra porque o amor de "Jaime Pires do Ó" residia na sodomização de bicharada variada. A última de Jaime vítima terá sido um burro. E segundo o Correio da Manhã terá engendrado a coisa com artes de malvadez: "sodomizou o burro com um pau e tentou incendiá-lo".
Não contente com o sofrimento do bicho, e com o fogo que ardia dentro dele extinto (dentro de Jaime), ainda tentou pegar fogo ao pobre animal pois ter-se-á apercebido que se tratava afinal de um macho e não de uma burra (enganou-o com o olhar). Teve azar. O bicho está vivo e de boa saúde e Jaime acabou com o sobretudo de madeira vestido no cemitério local. Assassinado por desconhecido "com objecto metálico redondo, desferiram-lhe dois golpes fatais. Um no peito, outro junto ao ânus". Provou do próprio veneno.
Perguntar-me-ão o que raio tem isto a ver com o governo? Nada. Ou tudo. Depende da imaginação. O Governo não é o Jaime e o burro não é o povo. Ou o povo não é burro, se preferirem. Apesar de ser comum tratarem-no como tal. E se não aprecio ver um bicho, como qualquer ser vivo, ser violentado com um pau, menos prazer tenho em assistir a um país inteiro ser empalado com subidas generalizadas de impostos, tudo feito impunemente como quem pilha galinhas e faz amor com elas. E ter, ainda por cima, de continuar feliz e baixar as orelhas, como um jerico.
Jaime Ovelha sodomizou um burro e acabou morto. O Governo vai "sodomizando" um país inteiro com medidas de austeridade de toda a forma e feitio e está, aparente e inacreditavelmente, vivo. Jaime usou o pau e o fogo. O Governo usa o IVA, o IRS e outros. Não se sabe se o burro terá apreciado. Mas confesso estar um pouco saturado de ser tratado como um.
PS: 23% de IVA? Meus amigos: "vão roubar para a estrada". Expresso

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O resgate

Henrique Monteiro

Daqui e dali... Henrique Raposo

José Sócrates, peça desculpa

Está em vigor uma espécie de relativismo socrático: diz-se, sem vergonha, que Sócrates e Passos são os culpados. Mas como é que se pode equiparar um homem que está no poder há 15 anos com um homem que chegou à oposição há 5 meses?


I.
A sensação repete-se: parece que a cultura política portuguesa se resume a um mero jogo politiqueiro, sem relação com os factos e números da Política. A cada semana, aparece um novo jogo tático, que nos afasta das questões centrais. Neste jogo semanal/mediático, o país perde um mínimo de profundidade temporal. As semanas repetem-se umas atrás das outras, como se fossem sucessivos "anos zero" que impossibilitam raciocínios com mais de umas semanas de profundidade. Nos últimas semanas, precisamente, criou-se esta estranha ideia: Sócrates e Passos são os culpados, em igual medida, pela situação do país. Li e ouvi várias pessoas com responsabilidade a dizer isto. Mas vamos lá a factos.

II. O PS está no poder há 15 anos. Ou melhor, nos últimos 15 anos, o PS governou 12 e meio (a "AD" Barroso/Portas governou 2.5). Parece-me evidente que o principal culpado por esta crise dá pelo nome de PS. É uma questão de facto. Até pelo seguinte: até 1999, Portugal cresceu. Hoje, quando olhamos para os números de crescimento dos anos 80 e 90, Portugal parecia um paraíso. Ora, nestes 15 anos de Era Socialista, Sócrates foi ministro e, agora, é primeiro-ministro desde 2005. Entre 2005 e 2010, este homem mentiu e enterrou Portugal várias vezes. Se existisse uma lista de culpados, Sócrates estaria no topo. Agora, pergunto: como é que se pode equiparar Sócrates a Passos?

III. Sócrates e Teixeira dos Santos, com objectivos puramente eleitoralistas, esconderam a real dimensão das contas públicas até Novembro do ano passado. Depois, entre Novembro e Maio, recusaram a realidade. Entre Maio e Setembro, semi-assumiram a realidade. A partir de 29 de Setembro, a realidade bateu-lhes à porta, trazendo um recado de Berlim: "acabou a brincadeira". Isto não é só incompetência. É irresponsabilidade (só assumiram a verdade quando Cavaco já não podia dissolver a assembleia) e vaidade (não queriam assumir que estavam errados). Entretanto, vamos descobrindo os milhões que temos para pagar em PPP que só beneficiam as empresas de construção do costume; vamos descobrindo que o PS criou, em 5 anos, mais "fundações" do que o conjunto de fundações criado em todo o século XX (havia uma música que dizia "boys, boys, boys"); vamos descobrindo o dinheiro que José Sócrates gasta na sua propaganda. Um dia, gostava de ver este indivíduo a pedir desculpa aos portugueses. Expresso

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Memória futura

Antero

Super Especial Trial 4x4: Dupla de Carrazeda de Ansiães dominou competição

A dupla Paulo Candeias/Oscar Meireles, aos comandos do Jeep Wrangler foi a grande vencedora da 2ª etapa do Super Especial Trial 4x4 – OFM que se disputou em Santa Maria da Feira.

O espaço Feira Aventura acolheu largas centenas de espectadores que assitiram a um magnífico espectáculo proporcionado por algumasdas mais consagradas equipas portuguesas de Trial.
Nesta segunda jornada, a competição foi disputada num circuito em 8, com duas equipas simultâneamente numa pista que apresentava diversos obstáculos para transpor. A zona do cruzamento de eixos foi a que mais animou os espectadores já que foram várias as viaturas que aí tombaram obrigando as equipas a trabalho suplementar. Cada equipa efectuou duas passagens em ambos os sentidos do percurso montado pelo SoluçõesTT – Clube que organizou esta prova com o apoio da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.
Após a primeira passagem de todos os concorrentes a dupla Paulo Candeias/Oscar Meireles (Jeep Wrangler) surgia destacada na 1ª posiçãocom uma vantagem de 1m15s sobre o Toyota BJ40 do RSTT de Nuno e Bruno Filipe e 1m22s para o 3º mais rápido que foi a Nissan King Cab do Team Indigo 4x4(António Santos/Manuel Monteiro).
A dupla Raul Moreira/António Faria (Land RoverDefender) posicionava-se na frente da Categoria Série com apenas 9 segundos devantagem sobre o Toyota Land Cruiser do Terror Mato 4x4 (Fernando Ferraz/DavidMelo).
Na segunda passagem o percurso apresentava menos dificuldade, em virtude de o terreno já ter sido desbravado por quase duas dezenas de equipas e Paulo Candeias voltou a registar o melhor tempo com a marca de 5m33s, tirando 42s ao tempo anteriormente realizado (6m15s) e confirmando a vitória absoluta. Na segunda posição ficou o Toyota VX 3.0 do Team Ladricolor (RuiQuerido/Helder Rocha) que ficou a 58 segundos da dupla vencedora. O terceiro tempo registado pela equipa Inersel (Marco Oliveira/Luís Pereira) em Nissan Navara, permitiu-lhe subir ao segundo lugar absoluto, com a equipa RSTT a descer para o terceiro lugar do pódio.
Na Categoria de Série as posições mantiveram-se dado que nenhuma das três equipas conseguiu completar a segunda passagem dentro do tempo limite. O Jeep Wrangler com o nº 118, dos irmãos Ricardo e Paulo Lourenço foi aúnica equipa inscrita com um Protótipo pelo que a vitória nesta Categoria não teve discução.
A derradeira etapa do Super Especial Trial 4x4 – OFM realiza-se a 13 e 14 de Novembro de 2010
. Brigantia

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Frei Fernando Ventura sobre a situação do País

Carrazeda de Ansiães vai investir quatro milhões em obras de requalificação

A Câmara de Carrazeda de Ansiães assinou com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte dois contratos de financiamento das obras de regeneração urbana na vila e de beneficiação de algumas estradas municipais.
Ao todo vão ser investidos cerca de quatro milhões de euros, comparticipados em 80% por fundos comunitários.
O presidente do Município, José Luís Correia, explica a empreitada da regeneração urbana, que já se iniciou e que vai custar mais de dois milhões e seiscentos mil euros: “Vai ser requalificado o fundo da vila e a zona envolvente”, explica, adiantando que as ruas serão “todas repavimentadas, requalificados os espaços de forma a torná-los mais atractivos e dotá-los de mais infra-estruturas.”
Para a beneficiação da rede viária há um investimento de cerca de um milhão e duzentos e cinquenta mil euros.
Para já vão ser beneficiadas as estradas municipais de acesso aos concelhos de Torre de Moncorvo e de Vila Flor, na freguesia de Vilarinho da Castanheira, as ligações Penafria-Fontelonga-Besteiros e Seixo de Ansiães-Beira Grande. Brigantia
Público

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Portugueses e espanhóis querem proteger azeite ibérico

A Associação de Olivicultores de Trás -os - Montes e Alto em parceria com uma congénere espanhola, pretendem criar a primeira Denominação de Origem Protegida (DOP) no espaço europeu, para azeite produzido na região do Douro.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da AOTAD, António Branco, avançou que este modelo «ainda não foi experimentado na Europa», tratando-se assim de uma «novidade» no sector olivícola.
«Há algum tempo que perseguimos a criação de uma DOP para os azeites produzidos na região do Douro, para o efeito, estão ser estabelecidos contactos com associações e outras entidades ligadas ao sector olivícola no lado espanhol», disse o responsável.
A AOTAD e a Oleum Vetonio (Espanha) começaram a incrementar acções de sensibilização junto dos produtores da região do Douro no sentido de delimitar uma área que abranja a região transfronteiriça das Arribas do Douro e toda da Região Demarcada do Douro, desde Barqueiros (Mesão Frio), até Barca de Alva (Figueira de Castelo Rodrigo).
«Não é uma tarefa fácil, já que é preciso haver uma certa coerência técnica dentro do sector olivícola nas regiões abrangidas», observou António Branco.
No entanto, os associados das entidades envolvidas consideraram «o projecto interessante, já que não é conhecida nenhuma DOP comum a dois países no espaço europeu envolvendo produtos olivícolas», adiantou o dirigente associativo.
De momento, «apenas existe a DOP do Azeite de Tras-os-Montes» que engloba alguns concelhos durienses tais como Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa ou Carrazeda de Ansiães.
Segundo o técnico da AOTAD, Francisco Pavão, de momento está-se numa fase de colheita de amostras de forma a identificar as características dos azeites de ambas regiões.
«Agora falta em definitivo, demarcar os concelhos a incluir em todo o processo da DOP», avançou o técnico.
«As variedades de azeitonas existentes em ambas as margens do rio Douro, são em alguns casos semelhantes, mas há variedades diferentes, por esse motivo constitui-se um património olivícola único em todo o mundo», afiançou Jesus Carvallares, membro da Oleum Vetonio.
«Com um selo de dominação comum ao azeite a Portugal e Espanha poderão conquistar-se novos mercados tanto na América Latina como na Ásia», considerou o olivicultor.
Lusa / SOL

Centro escolar de Carrazeda de Ansiães foi o único do distrito de Bragança a integrar as comemorações

Carrazeda de Ansiães foi outro concelho a assinalar a abertura de novas instalações para alunos e o único concelho do distrito de Bragança a associar a inauguração oficial do novo centro escolar ao programa nacional das comemorações do centenário da República.
O facto foi realçado ontem pelo governador civil de Bragança depois do descerramento da placa comemorativa.
No entanto, Jorge Gomes não vê grande problema que em que o distrito só tenha tido um representante num programa de inaugurações que abrangeu 100 escolas, novas ou remodeladas, de todo o país:
Houve uma abertura por parte do Governo para fazer a inauguração de cem escolas. Quem quisesse aderir podia fazê-lo. Os outros não quiseram. Podia ter havido mais mas isso compete a cada autarca.”
O presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães, José Luís Correia explica porque decidiu integrar a inauguração do novo centro escolar nas comemorações do centenário da República:
Primeiro, porque o centro escolar estava preparado para entrar em funcionamento. Segundo, foi uma forma de nos associarmos às comemorações da República.”
Na cerimónia de inauguração do centro escolar participaram algumas das cerca de 250 crianças que o frequentam. Leandro, Gonçalo, Francisca, Inês e Rui Delfim, todos com 9 anos, a frequentar o quarto ano do primeiro ciclo, concordam, já com conhecimento de causa, que a nova escola é melhor que as antigas:
Gosto mais desta. Tem mais sítios para brincar e mais espaços para aprender”, diz Leandro. “É mais divertida”, garante Inês. Rui Delfim diz que esta escola “é gigante”.
Unanimidade entre os alunos do primeiro ciclo de Carrazeda de Ansiães, após quase um mês a frequentar o novo centro escolar, que ontem foi inaugurado oficialmente.
CIR/Brigantia

sábado, 2 de outubro de 2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

IMI também vai descer em Carrazeda de Ansiães

A Assembleia Municipal de Carrazeda de Ansiães aprovou por unanimidade a proposta da Câmara que prevê a redução de um décima na taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis, o IMI.
O autarca José Luís Correia explica as alterações:
Vai haver descida de uma décima referente aos prédios urbanos, que passará de 0,7 para 0,6. Também os prédios urbanos avaliados nos termos do CIMI vão baixar uma décima, de 0,4 para 0,3.
José Luís Correia acrescenta que o decréscimo de uma décima nas taxas do IMI representa uma ajuda aos munícipes em tempo de crise:
Isto é um sinal que queremos dar às pessoas que estamos preocupados com a situação de muitas famílias. Representa uma ajuda para muitas famílias que já estão com algumas dificuldades.”
E com esta medida a Câmara deixará de encaixar entre 20 a 30 mil euros por ano:
É um cálculo aleatório, não terminado. Tudo depende das avaliações.”
A Câmara de Carrazeda perde dinheiro em favor dos munícipes, baixando uma décima na taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis. CIR /Brigantia

Medidas de austeridade


Henrique Monteiro