Sobre este tema muito se tem falado e nada se tem dito ou feito.
Comecemos pelo princípio.
Qual a principal actividade produtiva dos concelhos do interior?
Industria? A pouca que há é ligada à agricultura,
Comercio? O pouco que ainda subsiste é alimentado pela agricultora e pelos serviços.
Serviços? Os que existem são ligados à agricultura (associações) e ao estado (câmaras, finanças etc.).
Turismo? Quase não existe e o que existe terá que estar ligada à agricultura e ao rio (no caso do nosso concelho).
É fácil constatar que toda a actividade produtiva, tem como base a agricultura, e não poderemos fugir disso.
O que se tem feito para o desenvolvimento desta actividade, para alem dos parcos caminhos rurais, para além das associações agrícolas que são necessárias, mas estão mais voltadas para usurpar verbas da agricultura para o seu próprio funcionamento, muita das vezes a fazer cursos de formação para encher chouriços quando não há chouriços para encher? Nada.
Agora pergunto: onde estão aplicados os financiamentos vindos dos fundos comunitários? Os que se aproveitaram onde foram investidos? Quem teve conhecimento das varias alternativas para investir e onde se poderiam aconselhar?
Vem aí mais um pacote de incentivos para o investimento agriculta (o último). Já estaremos preparados para os receber? Quem nos pode aconselhar?
Quem nos poderá elaborar as candidaturas de uma forma profissional, isto é, o melhor aconselhamento pelo melhor caminho a seguir.
Quem fará o acompanhamento do investimento, para as derrapagens não serem grandes, e não serem, como até à data, receptores de facturas e transcritores para impressos para depois levarem 1 ou 1,5% do valor do investimento (quando é para amigos…).
Pelo exposto acho (e é uma opinião muito própria) que toda a base deste esvaziamento demográfico está na pseudo-vergonha de ser agricultor, aceite unanimemente sem se saber bem porquê e por todas as politicas nacionais e concelhias terem estes pressupostos, querendo enveredar por caminhos que não são os nossos.
NÓS SOMOS E SEREMOS UMA REGIÃO AGRÍCOLA, comecemos por aí e talvez a actual situação em que nos encontremos possa mudar para melhor.
Ezequiel Maia
Foto Ansiães Aventura
Desculpe discordar um tanto da sua posição. Pensar-se que nos dias de hoje se tem vergonha em ser agricultor é,talvez,uma ideia ultrapassada.Fazer agricultura hoje já não é andar sempre e só a cavar, com umas enxadas muito grandes. Hoje recorre-se a uma infinidade de máquinas que facilitam imenso a vida agrícola. Por outro lado, já é possível viver de uma forma higiénica que antes não era possível e há meios de transporte para ir de quando em vez a um razoável centro urbano.Não vejo ,actualmente, grande diferença entre trabalhar no campo ou ser-se caixa num supermercado e aqui tenho encontrado imensos licenciados.
ResponderEliminarÉ tudo uma questão de compensação monetária.
Para não me alongar muito,ainda lhe direi que considero indispensáveis ao desenvolvimento do interior as actividades ligadas não só á indústria mas sobretudo ao turismo.
Concordo consigo. Com a implementação de indústrias sim, mas não poluentes. Mas há quem entenda que a vida rural deve ser pura e simplesmente banida. Esquecendo-se contudo, que ela contribue, grandemente, para o equilíbrio do ser humano e demais seres vivos.
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