tag:blogger.com,1999:blog-1571846539066527040.post7617528735116834884..comments2023-09-10T11:22:46.210+01:00Comments on Carrazeda de Ansiães em palavras e imagens: Daqui e dali... Carlos FiúzaRuiCMartinshttp://www.blogger.com/profile/05554824355478269067noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-1571846539066527040.post-7624962772220898242010-08-05T23:23:44.331+01:002010-08-05T23:23:44.331+01:00Poesia e Expressão
O esteta francês Remy de Gourm...Poesia e Expressão<br /><br />O esteta francês Remy de Gourmont, que escreveu muita verdade sobre problemas de estilo, aconselhou um dia aos poetas: “qu’ils n’écrivent rien sans consultar l’oracle, - l’oreille,” isto é, “não escrevessem nada sem consultar o oráculo, o ouvido”.<br />Parece-me que este conselho do esteta é muito sensato, muito verdadeiro, e muito ignorado…<br />Dizem os técnicos da música que a música é a “arte de impressionar a alma por meio de sons, produzidos e combinados de maneira agradável ao ouvido”.<br />Ora, assim como a verdadeira música tem de agradar ao ouvido, assim também os verdadeiros versos terão de ter, fundamentalmente, expressão rítmica.<br />De contrário serão tudo menos poesia.<br />Os poetas, a meu ver, são aqueles que, sentindo a beleza, conseguem dizer-nos a sua expressão musical.<br />Não foi sem razão ou por mero acaso que, na forma primeira, o ritmo da poesia incluía a dança e a música.<br /><br />A Arte poética é a expressão estética digna de traduzir <br />os “sonhos” do nosso ideal. <br /><br />A tal expressão convém só a modalidade formal que, por mais pura, é a mais digna da poesia: a expressão rítmica.<br /><br />Penso que à verdadeira Arte poética é imprescindível um poder de atração formal, isto é, que o poeta precisa de possuir o dom de nos cativar pela palavra, para haver comunicação do sentimento do Belo.<br />Parece esta afirmação fácil, mas ela é necessária por haver críticos que julgam ser a poesia a arte de exprimir o sentimento do belo fazendo “caixinha” com as palavras.<br /><br />Vou lembrar uma redondilha de Camões, assaz conhecida. <br />E é de propósito que escolho estes versos para ver se, apesar de tantas vezes escritos e ditos, ainda interessam ao nosso gosto:<br /><br />Descalça vai para a fonte<br />Leonor pela verdura;<br />Vai formosa, e não segura.<br /><br />Leva na cabeça o pote,<br />O testo nas mãos de prata,<br />Cinta de fina escarlata,<br />Saínho de chamalote:<br />Traz a vasquinha de cote,<br />Mais branca que a neve pura;<br />Vai formosa, e não segura…<br /><br />Indago: Onde está a beleza destes versos?<br />Só no tema escolhido? <br />Suponho ter de ser negativa a resposta, porque vendo bem, muitas Leonores e outras lindas raparigas foram antes e continuaram a ir depois, pela verdura, à fonte.<br />Descalças ou calçadas, com o pote à cabeça, ou não, de cabelos loiros ou pretos, quantas e quantas não mereciam versos que tais?<br /><br />Sim, é de supor que às fontes de Portugal tenham ido graciosas raparigas e que muitos Luíses as hajam visto e imaginado que sobre elas ia caindo uma chuva de graciosidade.<br /><br />Mas a verdade é que nem todos esses Luíses foram aquele outro Luís que era de Camões!<br /><br />Amigo Vitorino,<br />Feliz pelo seu regresso, agradeço a sua intervenção, como agradeço tenha compreendido o meu “subir à montanha”.<br /><br />Abraço,<br />Carlos FiúzaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1571846539066527040.post-21289194317925606242010-08-05T14:43:37.717+01:002010-08-05T14:43:37.717+01:00Estou a ser "corrompido"...
Já Régio di...Estou a ser "corrompido"...<br /><br />Já Régio dizia (Cãntico Negro)...<br /><br />"Todos tiveram Pai,<br />Todos tiveram Mãe...<br />Mas eu, que não principio nem acabo...<br />Nasci do amor aue há entre Deus e o Diabo!"<br /><br />C.F.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1571846539066527040.post-45865650090260948312010-08-05T09:38:47.047+01:002010-08-05T09:38:47.047+01:00Se,para Deus existir,é necessário que nós sejamos ...Se,para Deus existir,é necessário que nós sejamos capazes de conviver,no sentido que atribui a este termo,então Ele é mesmo uma criação humana.Nós vivemos uns com os outros.Não convivemos.<br />E não terá sido Deus a fazer as coisas assim?<br />JLMUnknownhttps://www.blogger.com/profile/10759577326092396448noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1571846539066527040.post-67341411260356737462010-08-04T19:40:21.333+01:002010-08-04T19:40:21.333+01:00Estava a ler uma entrevista a Pedro Cabrita Reis (...Estava a ler uma entrevista a Pedro Cabrita Reis (em torno de uma sua exposição no Hamburger Kunsthalle, a que eu gostaria de retornar em breve), quando ele vos poderia dizer, olhando para o chão, sorrindo:<br /><br />"O homem só pode lidar com o mar e o deserto. São as paisagens que têm a sua mesma dignidade, a sua mesma linha do horizonte." E nesse espaço vi a João Lopes de Matos, na sua razão de ciência.<br /><br />"As montanhas têm a ver com Deus. É por isso que as subimos, que as tentamos conquistar, para tentar chegar mais perto." Aí julgo encontrar, no trabalho babélico sobre a linguagem, a Carlos Fiúza.<br /><br />Ab.,<br /><br />VAVvitorino almeida venturahttps://www.blogger.com/profile/04351287066983641787noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1571846539066527040.post-23780302613370568522010-08-04T15:24:46.545+01:002010-08-04T15:24:46.545+01:00O Homem… esse não convivente!
Um S. Francisco de ...O Homem… esse não convivente!<br /><br />Um S. Francisco de Assis poderia chamar, com propriedade, convivente aos bichos da terra, mansos ou ferozes, nocivos ou não, porque a nocividade de tais bichos era vencida pela santidade desse homem. <br /><br />Porém, os outros homens serão, na realidade, conviventes em relação aos bichos que povoam a terra?<br />Pois se os homens entre si não convivem, na maioria, senão como lobos uns dos outros, consoante testemunhou Plauto, no dito que se tornou célebre - homo homini lúpus, muito menos convivem com os outros bichos terráqueos.<br /><br />Schopenhauer afirmou, que quanto mais lidava com os homens, mais apreciava os cães. <br />Aqui temos um caso, em que é lícito dizer que o homem encontra melhor convivência com os cães do que com o semelhante.<br /><br />Tudo isto, se considerarmos a palavra convivente no sentido habitual registado pelos bons léxicos (por exemplo, Aulete, que dá a convivente o sentido de “que vive com outrem em relações de amizade”), nos impede o emprego generoso de convivente em relação aos seres viventes connosco na Terra.<br /><br />É que já no latim convivere tomou sentido tal de familiaridade que até se aplicava na significação de comer juntamente.<br />Se, portanto, em conviver, e em convivente está impregnada a intimidade, a familiaridade, segue-se que apenas Jesus Cristo, S. Francisco de Assis e poucos mais têm direito a ser considerados conviventes, porque só eles conviveram, de facto, pelo amor, com toda a bicheza, incluindo o bicho homem.<br /><br />Os seres que vivem ao mesmo tempo e no mesmo torrão do espaço, nesta nossa Terra, neste nosso Globo, não convivem porque vivem luta aberta ou disfarçada uns contra os outros.<br /><br />E já nos lembrava o Padre António Vieira que os homens e os peixes se comem uns aos outros… logo, não convivem! <br /><br />Então, se Deus existe… Ele não me tirará o “sonho” de querer ser livre… deixar-me-á “sonhar” que podemos viver… convivendo!<br /><br />Se assim não for…<br />Então Deus só pode ter sido uma criação humana! …<br />Os homens terão sempre necessidade de inventar Alguém a quem culpar pelas suas culpas…<br /><br />Apupem-me, chamem-me<br />"idealista", "visionário", até... <br />mas não me tirem a "minha loucura"...<br /><br />Carlos FiúzaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1571846539066527040.post-50717756871036197642010-08-04T12:52:12.382+01:002010-08-04T12:52:12.382+01:00"Quero poder ser livre..." diz o Carlos ..."Quero poder ser livre..." diz o Carlos e pensa que ,dizendo-o com muita força ,fica totalmente livre e capaz de construir a sua própria essência.Mas tal não é possível porque muito do que é já nasceu consigo - é a ciência que o diz e a ciência tem mais força que a sua própria força.<br />Quando nasceu,os seus progenitores já o formaram com certas características de inteligência,de memória, de sensibilidade.É com estes materiais que vai jogar na vida e,portanto,não se faz, partindo do nada,para tudo fazer.<br />É melhor aceitar-se na medida do que não é possível mudar,é preciso conhecer-se(conhece-te a ti mesmo)e avançar construindo a sua limitada liberdade,num processo dialéctico de luta entre o aceitar-se e o procurar ser livre,usando a força de vontade com que,em grande medida,nasceu.<br />Estou a querer tentar convencê-lo a encontrar beleza no determinismo da ciência, a não ser que prefira andar enganado na sua falsa liberdade total.<br />JLMUnknownhttps://www.blogger.com/profile/10759577326092396448noreply@blogger.com