sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Novo cemitério de Carrazeda vai começar a ser utilizado

Contra a vontade do executivo social-democrata da Câmara de Carrazeda de Ansiães, o novo cemitério vai mesmo passar a ser utilizado.
Para resolver o problema da falta de espaço no velho cemitério, o presidente da Câmara defendia a sua ampliação, mas a oposição socialista e do movimento independente, que está em maioria, votou contra, obrigando o executivo a optar pela conclusão do novo cemitério e a abri-lo à comunidade.
O vereador socialista, Augusto Faustino, explica o seu voto contra a proposta do executivo do PSD. “Parece-me um paradoxo e uma aberração querer acabar o novo e ampliar o velho em simultâneo” afirma, acrescentando que “isto até me deixa com os cabelos em pé. Temos mais assuntos para tratar do que andar aqui á volta de dois cemitérios”.
A vereadora independente, Olímpia Candeias – que juntamente com o colega de oposição, Marco Azevedo, também votaram contra a ampliação do velho cemitério da vila de Carrazeda – salienta que não fazia sentido gastar mais dinheiro na antiga estrutura, quando há uma nova para aproveitar. “Temos que ver que temos uma infra-estrutura que está praticamente pronta a ser utilizada e há que lidar com os assuntos de forma séria e não fazer política só porque se quer fazer política” afirma.

O presidente da Câmara de Carrazeda vai abrir o cemitério novo, mas deixa claro que preferia a ampliação do velho.
A nossa vontade era ampliar o velho. Pretendia fazê-lo este ano por administração directa e com baixo custo, cerca de 75 mil euros” explica o social-democrata José Luís Correia. “Atendendo à situação do cemitério velho que está praticamente num estado de ruptura, não temos outro caminho se não pôr o cemitério novo a funcionar contra a nossa vontade e de muita gente de Carrazeda” acrescenta.
Está então decidido, o velho cemitério de Carrazeda já não vai ser alargado e o novo será disponibilizado em breve.
De referir que este novo cemitério começou a ser construído em 2001 e nele foram gastos cerca de um milhão e cem mil euros.
CIR/Brigantia

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Telmo Pereira ou
O eterno retorno

Não vi ninguém nascer.
Só vi morrer.”
Rui Nunes, aquando da apresentação
do romance O grito, na Fundação Eugénio de Andrade.

Foi há mais de dez anos, mas ainda lembro o que Rui Nunes disse no Porto. E a cara de espanto de alguns dos presentes. Mas agora que fui ao Pombal (de Ansiães), as palavras daquele escritor ganham um contexto – posso dizer - mais dolorosamente próximo. Como se todas as suas vozes na 1ª pessoa me ensurdecessem... Preenchi o círculo da rua de Cá para a rua de Lá, e vice-versa: no que a paisagem me doeu, pela sua beleza de deserto em ruínas de monte e pedra. E os sons, como seixos arremessados. D

os pássaros, dos cães, das águas do ribeiro. Dei a volta à aldeia, e cheguei dobrado sobre mim, quase em posição fetal. Ninguém nasce,

e a Morte vai fazendo o seu trabalho. O meu tio Mário Almeida, agora o Telmo Pereira. E os livros, o prazer que nos dava falar sobre o que líamos. Telmo,

e o teu riso, sobre. No prazer com que contavas também o que escrevias, sob a legibilidade do cânone jornalístico. Mas, voltando aos livros... Por vezes, ok, tantas vezes como se tocado por _ _ _ fulminante inteligência. Tão rara, no tempo

e no espaço. E a tua mãe, uma pessoa tão bonita, e nem falo de seus contributos para o Património Imaterial do Douro – vol. 2, com o diabo às costas, e a fé, no des_

encanto do lobisomem. Falo do seu amor, tão acima dos teus excessos de álcool puro. Pura

candeia, vertendo a luz sobre ti. E sobre a Eduarda: não esqueço.

Vitorino Almeida Ventura

Post Scriptum: Os teus irmãos Nuno e Alzira cumprimentaram-me e eu não tive cabeça de lhes dizer sobre o prazer que tive. Na paisagem do deserto das pombas do Espírito Santo, vulgo, aldeia do Pombal, és mais um dos fantasmas com que eu faço o seu repovoamento. Aí, sempre me serás em eterno retorno. Também

me vai acontecendo o mesmo por Carrazeda. Depois do «capitão» Lobo, do «doutor» Morais, o «senhor» Joãozinho (Sampaio) está Além. Cada vez mais somos do Outro Lado...

A não perder!

O presente envenenado


Henrique Monteiro

Passagem de Ano - Pombal de Ansiães


Daqui e dali... Clara Ferreira Alves

Pequenos sinais de anarquia
A distância entre a tolerância e a barbárie é curta.
Os portugueses e os seus brandos costumes duram quanto tempo? O que fará 2011 pela nossa brandura? Nas televisões vemos com excessiva frequência imagens de violência e protesto nas ruas da Europa. Uma greve geral em Atenas que acaba em gás lacrimogéneo e colunas de fumo negro de carros incendiados. Uma revolta estudantil em Londres que acaba com a agressão a Charles e Camilla, sentados do outro lado deste mundo, a caminho de uma gala. No Rolls-Royce ficou a impressão branca de uma mão na carroçaria. Em Dublin, vemos os cartazes e as fogueiras, os berros de um povo obrigado a pagar a fatura dos bancos e da especulação ruinosa. Em Madrid, vemos confrontos entre a polícia e os manifestantes, ou Zapatero a ameaçar com a prisão os controladores de tráfego aéreo. Em Roma, vemos Berlusconi sobreviver mais um dia, enquanto nas ruas o protesto político explode e ergue barricadas e bloqueios. Montras partidas, gritos e greves, cartazes com palavras grossas. A paz social na Europa da austeridade está a acabar.

E em Portugal? Os portugueses ainda não interiorizaram a crise. O consumo desceu mas a circulação dos carros aumentou, como sempre aumenta nesta época, e os restaurantes estão cheios de celebrações natalícias. Os desempregados e os sem-abrigo que engrossam as legiões que dormem nos vãos dos prédios e nos bancos dos jardins, ou debaixo dos viadutos, são os que menos protestam. Num silêncio sem porta-voz, não têm quem os represente, têm apenas quem os ignore ou os ajude. Instituições de solidariedade social não-governamentais e a Igreja Católica, que continua a desenvolver uma ação social.

Porque a Igreja convive de perto com a tragédia da pobreza, e com as situações de desespero e destituição, vai alertando: a revolta social está a crescer, vai piorar, a violência vai aumentar. Os portugueses fazem orelhas moucas aos avisos. Desmantelado pouco a pouco, peça a peça, segundo os preceitos da agenda "europeia", do Estado social restará não se sabe o quê. A teoria do "empreendedorismo" não se aplica aos que não têm alternativas. E os cidadãos continuam a pagar impostos para os serviços de um Estado que vai deixar de os prestar. O sistema não se reconverte de um dia para o outro; pensar que as pessoas aceitarão mansamente o regresso à pobreza da qual saíram nos últimos anos é uma ficção.

A violência vai aumentar. Disto podemos ter a certeza. Não sei se veremos o gás lacrimogéneo e os carros incendiados mas já se notam pequenos sinais de anarquia. Muita gente vem ter comigo (talvez porque tenho um programa de comentário político na televisão, ou porque leem esta coluna) em lugares públicos: "isto já não vai lá com conversa". Alguns espetam o dedo e dizem em sussurro furibundo: "isto precisa de uma grande reviravolta"; "temos de começar a apanhar esses bandidos desses banqueiros que nos meteram neste sarilho". Falam na "malandragem dos políticos", na "escumalha corrupta que nos anda a roubar desde o 25 de Abril". Nunca se deve argumentar com as massas nem contra este discurso mas o silêncio parece enraivecê-los mais. E continuam: "vocês jornalistas é só blá blá blá, mas a conversa não chega". "Isto", asseguram, este charco, precisa de uma pedrada. Umas pedradas nas montras dos bancos, dizem uns, uns políticos na prisão, dizem outros.

O discurso truculento encontra sempre ouvintes que acenam com a cabeça e repetem: isto não vai lá com conversa, andam a perseguir quem trabalha e deixam os malandros à solta. Os malandros estão identificados, têm nomes, e cresce como espuma nas bocas o desejo de agressão física. Aquele do PSD, o outro do PS. O amigo, de X, o amigo de Y. E os banqueiros. Os banqueiros são um alvo coletivo. Ouvem-se nomes de implicados em escândalos. A informação circula por todas as classes sociais.

Nunca, durante os anos de prosperidade, ouvi um discurso semelhante. Nem vi como um ataque destes mobiliza um grupinho de passantes que param, largam o que estavam a fazer e se juntam à festa. A violência social tem um poder de contaminação rapidíssimo. A multidão vai atrás. Num ano Sarajevo era uma cidade cosmopolita e tolerante da Jugoslávia, uma cidade com Jogos Olímpicos de Inverno e uma sociedade que misturava cristãos e muçulmanos, nacionalistas e anarcas, políticos e apolíticos, e no ano seguinte era um ninho de separatismos e ódios. Vizinhos que tinham coexistido uma vida matavam-se uns aos outros; médicos e professores que nunca tinham disparado um tiro convertiam-se em snipers e assassinos. Assim nasceu a Bósnia, no meio do mais rápido desmoronamento de uma sociedade europeia de que há memória. A distância entre a tolerância e a barbárie é curta e a sua superfície raspa-se com um cano de espingarda.
Texto publicado na revista Única de 23 de dezembro de 2010

Cavaco escavaca

Henrique Monteiro

Daqui e dali... Manuel António Pina

Gnomos e fadas
Tudo indica, a crer na Oposição, que os "animadores sinais de recuperação económica" que o primeiro-ministro garantiu, na sua mensagem de Natal, existirem no país sejam como as armas de destruição maciça que havia no Iraque (e de que o actual presidente da Comissão Europeia, à altura recepcionista nos Açores, assegurou ter visto provas), e que iremos passar os próximos anos inutilmente à sua procura.
A Oposição sofre, porém, do complexo de Sancho Pança, capaz só de ver (ou de imaginar, o que vai dar ao mesmo) Aldonza Lorenzo e não a bela Dulcineia del Toboso, moinhos e não gigantes ou, à maneira de Gedeão, pedras pisadas e não gnomos e fadas.
Assim, o PSD vê "desemprego" onde o primeiro-ministro vê, não custa a crer que claramente visto, "protecção do emprego" e "diálogo social". O CDS vê "um caminho político que [Sócrates] escolheu para Portugal e nos trouxe exactamente até onde hoje estamos" onde o primeiro-ministro só vê "efeitos da maior crise económica mundial dos últimos 80 anos". O PCP vê "[favorecimento] dos ricos e poderosos", e "acentuar das desigualdades", onde o primeiro-ministro vê um "esforço pedido a todos os portugueses". E o BE vê "mais desemprego, recessão e decrescimento" onde o primeiro-ministro vê "uma agenda de crescimento da economia e do emprego".
Talvez vivamos em dois países. Pena é que não possamos estalar os dedos e, zás!, aparecer no de gnomos e fadas. Manuel António Pina,
JN

domingo, 26 de dezembro de 2010

Mais 30% de azeite nos olivais do Norte

A região de Trás-os-Montes e Alto Douro vai ter este ano mais 30% de azeite do que no anterior, num total de 90 milhões de quilos. Mas não há muitos motivos para sorrir, pois os custos de produção aumentaram e o preço de venda mantém-se.
Apesar de muita gente não ter trabalhado ontem, não foram poucos os agricultores que aproveitaram a manhã de Sol da véspera de Natal para varejar mais umas oliveiras. É que estamos no fim de Dezembro e a colheita vai a pouco mais de meio. Em alguns sítios até está atrasada.
Sem gostar de fazer balanços a meio do jogo, o presidente da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD), António Branco, arrisca avançar que, se não houver alterações climatéricas anormais, "vai ser um bom ano de azeite em quantidade e qualidade". A explicação tem a ver com as condições meteorológicas registadas ao longo do ano. "Não foi excessivamente seco, a Primavera foi boa para a floração e não houve chuva e geada em demasia durante a primeira fase da apanha".
Um lagar onde essa qualidade está a ser comprovada é o da Cooperativa Agrícola de Carrazeda de Ansiães. Joaquim Alves está a dirigir a campanha e diz já ter motivos para considerar o ano "excelente". A lista de espera de agricultores que querem laborar o azeite já ultrapassa meados de Janeiro.
António Branco esclarece, no entanto, que "este é um ano considerado normal, e não excepcional, tendo em conta a capacidade de produção. O anterior é que registou uma quebra". Recorda que devido às fortes geadas registadas em 2007 muitas oliveiras morreram e outras tiverem de ser sujeitas a podas violentas. Daí que perspective um maior acréscimo de azeite para os próximos anos, não só porque as árvores afectadas estão a recuperar, mas porque também tem havido novas plantações.
O presidente da AOTAD ressalva também que a qualidade do azeite deste ano não é homogénea. "É preciso separar o que foi colhido até às primeiras geadas e o que está a ser colhido agora, que não será tão bom". E isso vai notar-se no escoamento, sendo que o primeiro "não está a ter dificuldades", enquanto o que for colhido mais tarde "deverá enfrentar algumas".
Entre os pequenos agricultores, a falta de motivação para continuar com a cultura do olival é crescente. Muitos ainda guardam azeite do ano passado e não têm grandes perspectivas de escoamento para este. Mais: quem tiver de pagar mão-de-obra para a colheita não ganha para a despesa. "Aumentou o gasóleo, os adubos, o pessoal, mas o preço do azeite não aumenta", refere António Branco. Parte da culpa é atirada para a "bolsa" espanhola que acaba por indexar o preço do azeite português. "Apostar na qualidade é a única possibilidade de vender melhor".
Actualmente, a região possui cerca de 80 mil hectares de olival. Há capacidade para plantar mais e incrementar os ganhos de produtividade ao nível do adensamento e da melhoria das práticas de produção. É o caso do regadio, que a AOTAD defende em algumas zonas da região.
Já para o Alentejo, onde a área de olival mais está a crescer, as previsões do Instituto Nacional de Estatística apontam para uma "ligeira quebra" na produtividade da azeitona. Eduardo Pinto,
JN

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Barragem do Tua: Consenso para mobilidade das populações após fim da linha "praticamente fechado" - ministra

A ministra do Ambiente disse hoje no Parlamento que "está praticamente fechada" uma solução consensual para a mobilidade das populações afetadas pela imersão de um troço da linha do Tua depois da construção de uma barragem.
Dulce Pássaro foi hoje ouvida na Comissão Parlamentar do Ambiente e do Ordenamento do Território sobre a futura barragem de Foz Tua, a pedido do partido Os Verdes.
A construção da Barragem implica a submersão de um troço com cerca de 20 quilómetros entre as estações de Foz do Tua e Brunheda, ambas no concelho de Carrazeda de Ansiães, pondo em causa a mobilidade das populações através da via férrea. Lusa

Cortes natalícios

Antero

Daqui e dali... Henrique Raposo

Sócrates dá razão a Ferreira Leite e a Passos

Tem sido assim: os líderes do PSD dizem que é preciso fazer isto e aquilo. Na resposta, Sócrates lança aquela indignação postiça: "ai, bota-abaixistas", ou "ai, neoliberais d'uma figa". Passados uns meses, a realidade e a UE dão razão ao líder do PSD.

I. O que falta à política portuguesa? Um pouco mais de realismo (de respeito pelos factos) e um pouco menos de histerismo ideológico. No fundo, falta um pouco de honestidade intelectual. E o PS tem sido o campeão desta desonestidade política e intelectual. Por pura cegueira ideológica e politiqueira (Sócrates sabe que os cortes que tem de fazer mexem com a sua base eleitoral central, a função pública; Henrique Neto dixit), Sócrates negou sempre a realidade, a realidade que era apontada pelos líderes do PSD. Basta lembrar, a este respeito, Manuela Ferreira Leite e a questão da dívida: para ganhar as eleições de 2009, Sócrates nunca falou da questão da dívida nacional. Era "bota-abaixismo". Lembram-se?

II. O mesmo está a acontecer com Passos. Durante o verão, Passos disse uma coisa simples: Portugal precisa de mudar a lei laboral. Meu deus, o que foi ele dizer. Sócrates caiu-lhe em cima como um apache, e os indignados do regime acompanharam o primeiro-ministro no fuzilamento de Passos. Era um ataque aos direitos, era fascismo, era neoliberalismo, o bla, bla do costume. O facto de todas as instituições internacionais (entre elas, a UE) e o Banco de Portugal afirmarem que, sim senhora, Portugal precisa de flexibilidade laboral foi algo que ficou completamente esquecido nesta encenação socrática de verão. Pois muito bem, chegámos ao fim do Outono e o que fez Sócrates? Alterou a lei laboral. E ainda vai mexer mais.

III. O que incomoda nesta história toda não é a burrice ideológica e a demagogia de Sócrates. O que me incomoda é ver o "país mediático" a seguir acriticamente o líder do PS e a atacar acriticamente o líder do PSD. Para o país mediático e jornalístico, parece que existe um filho (PS) e um enteado (PSD). Há dias, Helena André, ministra do trabalho disse qualquer coisa como isto: "os direitos adquiridos não podem ser sempre o centro da governação". Nos media, ninguém disse nada. E se fosse Passos a dizer isto? Simples: caía o Carmo e a Trindade nos jornais e na TV. Há um mês ou assim, Manuel Alegre disse que não gosta da ideia de ver gays a adoptar crianças. Nos media, ninguém disse nada. E se fosse Cavaco a dizer isto? Pois, a resposta é simples. Moral da história: um país, dois sistemas morais, um para o filho, outro para o enteado. Henrique Raposo, Expresso

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Concerto de Natal - Carrazeda de Ansiães

ATL/NATAL - Carrazeda de Ansiães

Primeiro troço do IP2 abre hoje

Abre hoje ao trânsito o primeiro lanço da nova fase do IP2, entre Celorico da Beira e Trancoso. Para os próximos dias está também prevista a abertura no primeiro troço do IC5, entre o IP4, na zona do Pópulo, e o nó de Carlão.
O lanço do IP2 que hoje abre tem uma extensão de 29 quilómetros com perfil de auto-estrada. Ficam a faltar cerca de 70 quilómetros entre Valbenfeito, em Macedo de Cavaleiros, e Trancoso.
Porém, o lanço entre Junqueira (Torre de Moncorvo) e Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) encontra-se suspenso devido a questões ambientais, não se sabendo quando poderá ser executado.

A abertura dos dois primeiros troços das duas estradas que fazem parte da concessão do Douro Interior chegou a estar prevista para finais do passado mês de Novembro. No entanto, a inauguração teve de ser adiada para corrigir algumas deficiências.

Fonte oficial da Acendi explicou-nos que “na sequência da vistoria realizada pelas entidades competentes a 29 e 30 de Novembro, houve necessidade de avançar com trabalhos adicionais ao nível da sinalização e guardas de segurança”.
No caso do IC5, o presidente da Câmara de Alijó, Artur Cascarejo, confirma que foi a correcção de algumas falhas que adiou abertura do troço do seu concelho: “Tivemos inspecções da Estradas de Portugal, também da EDP. Há pormenores que à vista desarmada pode parecer que está tudo pronto mas que falta afinal. A nossa expectativa é que ainda possa abrir antes do Natal.” Ora, com a abertura do troço do IC5 fica completa a ligação rápida da vila de Alijó ao IP4 e à futura Auto-Estrada Transmontana. O autarca entende que este acesso se reveste de enorme importância para o concelho: “É fundamental para a ligação de Alijó ao IP4 e à futura A4 e vai atrair um novo tipo de acessibilidade. Já estamos a sentir investidores que se dirigem a nós pela expectativa criada pelo IC5 e pela auto-estrada”, admite.
O lanço do IC5 que liga o IP4 ao nó de Carlão, em Alijó, representa menos de 10 quilómetros dos 145 que a via vai ter até Miranda do Douro, cruzando todo o sul do distrito de Bragança. Uma obra que está a ser executada em toda a sua extensão. Segundo a Ascendi, “os diversos lanços em obras serão abertos à medida que forem ficando concluídos”. O próximo troço a abrir, “em início de Julho de 2011”, será o do IP2 “entre Longroiva (Meda) e Trancoso”.
A Ascendi também confirmou que “os prazos de conclusão dos restantes lotes são os acordados com a Estradas de Portugal”. Ou seja, tanto o IC5 como o IP2 vão ficar concluídos no final de 2011.
CIR/Brigantia

Recordes...

Antero

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Daqui e dali... Adolfo Mesquita Nunes

Um Governo autista
O pior que pode acontecer a um país que atravessa a crise que Portugal atravessa é ficar refém de um Governo que não acredita, nem quer acreditar, que o Estado Social precisa de ser reformado.
Em primeiro lugar porque esse autismo tem atrasado tudo o que deveria ter sido decidido a tempo e a horas. Desde a crise que não existia mesmo quando ela era já evidente até à contenção que era já absolutamente urgente e que o Governo não vislumbrava, o Governo de Sócrates tem reagido sempre com um notável atraso. Um Governo em tempo de crise serve para estar atento, não para se fazer de parvo.


Em segundo lugar porque esse mesmo autismo incapacita o Governo, impedindo-o de decidir com coragem, determinação e criatividade. Não acreditando na necessidade de reforma, teimando em considerar que a crise é apenas um azar que os incomoda pelo que não há que inovar na receita para superar a crise, os nossos Ministros, com o Primeiro à cabeça, aparecem resignados a satisfazer os mercados quando deveriam aparecer determinados. Um Governo em tempo de crise serve para decidir com coragem e com vontade, não para encolher os ombros como quem só faz o que faz porque a isso é obrigado.


Em terceiro lugar porque, em consequência, vemos o Governo apresentar medidas sem grande alcance, tal é a vontade de em quase nada ceder ao socialismo reinante. São medidas gasosas, sem conteúdo sólido, destinadas a iludir, a ver se pega. Um Governo em tempo de crise serve para apresentar soluções concretas e eficazes e não para fazer figura de mestre de cerimónias de um espectáculo de ilusionismo.


Em quarto lugar porque o autismo Governamental torna-o refém do exterior. Não sabendo o que fazer, e agindo por mera reacção, o Governo é já um braço armado do exterior, ainda para mais sem qualquer convicção. Um Governo em tempo de crise serve para afirmar a soberania nacional com a ajuda externa, não serve para, por desconhecimento e desistência, subjugar-se a ela.
Expresso

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Os voos secretos da CIA

Henrique Monteiro

Daqui e dali... Henrique Raposo

Morte aos agiotas, by Manuel Alegre

Manuel Alegre
diz que Portugal não pode estar sujeito à pressão dos mercados. Pois muito bem. Alegre pode "fechar" Portugal, mas, a seguir, tem de dizer que o Estado Social acaba amanhã, porque esse Estado Social é sustentado pelos malvados "agiotas".
I. As mudanças na lei laboral são uma "uma cedência aos agiotas, a Bruxelas, ao grande capital financeiro" (in Expresso). Não, não é Cunhal em 1980. É Manuel Alegre em 2010. Mas o pior é que esta linguagem jurássica (como podem ver, eu sou um perigoso informador dos americanos) esconde um pensamento perigoso, ou melhor, esconde a ausência de pensamento. E este vazio é visível no seguinte raciocínio: Alegre diz que "é inaceitável que os estados democráticos estejam num estado de absoluta dependência dos mercados". Ora, pois muito bem. Alegre tem todo o direito a pensar que Portugal não pode estar sujeito aos mercados. Só há aqui um problema: Alegre dá a entender que foram os mercados que atacaram a política; dá a entender que esta crise é o resultado da acção dos mercados financeiros. Ou seja, Alegre olha para o efeito (mercados a apertar as exigências) e não para a causa (estados viciados em dinheiro emprestado).

II. Perante isto, é preciso relembrar o óbvio: foram os políticos que pediram dinheiro emprestado aos mercados (actividade conhecida pelo eufemismo de "dívida pública"). Em Portugal, os governos - durante os últimos 15 anos, pelo menos - governaram com base na dívida pública. Por outras palavras, o Estado Social de Alegre foi construído com o dinheiro emprestado pelos malvados agiotas. Neste sentido, não estamos a assistir a um duelo entre política e mercado. Estamos a assistir, isso sim, ao colapso de uma política assente no dinheiro emprestado pelos tais "agiotas", isto é, estamos a assistir ao colapso do socialismo democrático, tal como ele foi desenvolvido nas últimas décadas (em Portugal e na Europa).

III. Esta esquerda, que nos colocou neste beco sem saída, faz-se agora de vítima. "Ai, os malvados mercados". Uma tremenda hipocrisia, porque foram esses mercados que permitiram ao PS construir o actual Estado Social. Ano após ano, o dinheiro dos "agiotas" lá foi preenchendo o vácuo que separava as possibilidades de Portugal dos desejos dos portugueses . Ou seja, o dinheiro dos "agiotas" (adoro o termo agiota; funde o nojo ao dinheiro de muita esquerda e de muitos ultra-católicos) foi o instrumento que permitiu a suspensão da realidade. Através do seu trabalho, os portugueses conseguiam apenas x, mas queriam (x + y). E os políticos prometiam esse (x + y). Ora, pedir dinheiro emprestado aos agiotas foi o mecanismo encontrado para criar - do nada - esse + y. O nome desta fórmula é "direitos adquiridos". Tem como apelido "Estado Social".

IV. Ok, eu sei que Alegre não consegue compreender isto. Estamos em 2010, e Alegre tem a cabeça na Coimbra de 1960. Tudo bem. E até acho que ele não está a ser hipócrita. O problema é que está rodeado de hipócritas, que vivem desta hipocrisia organizada que se protege com os gritinhos do costume: "ai, os mercados".
Henrique Raposo, Expresso

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Daqui e dali... Tiago Mesquita

Sr. primeiro-ministro: estão a comer do caixote do lixo à minha porta
Só quando levamos uma estalada visual acordamos para o efeito devastador que a crise pode ter numa família e na sociedade em geral. Sr. primeiro-ministro: faça alguma coisa porque a culpa é sua.

Diariamente são anunciados milhares de novos casos de pobreza extrema e pedidos de ajuda desesperados. Mas por vezes são precisas mais do que meras palavras para constatarmos que de facto o país está a mudar. E começa na porta ao lado da nossa. Na nossa rua. Na cidade, vila ou aldeia que habitamos.

Tive oportunidade de observar a crise de forma quase "impressionista", como um quadro a prender-me de forma violenta, cujas pinceladas fortes e cores agressivas transmitiram uma mensagem que me fez colar literalmente ao chão. Entrei numa realidade que julgava sobredimensionada, pintada com outras cores por quem nos governa, com tonalidades bem mais suaves. Entretidos que estamos na nossa vida diária, alheados e mergulhados em problemas muitas vezes comezinhos, esquecemo-nos de ver. Olhamos, mas não vemos.

Mas eu vi. Pouco deveria passar das 23h30. Passeava o cão no jardim fronteiro ao prédio quando um automóvel parou junto ao parqueamento. As pessoas que saíram da viatura não me conseguiam ver. A rua estava deserta. Um casal e um rapaz, não deveria ter mais do que 6 anos. Uma família como qualquer outra. Aproximaram-se a medo dos caixotes. Um a um, foram recolhendo lixo alheio. Lixo que para esta família parecia servir. O rapaz colocou vários sacos na bagageira até que algo o fez parar, saltando apressado para o banco traseiro da viatura. Espreitou pelo vidro. Estavam os três a olhar para mim. Senti a vergonha deles por terem sido avistados e a minha por não saber reagir. Fiquei sem chão.

Senhor primeiro-ministro: quando o ouço falar em energias renováveis tenho vontade de regurgitar. Quando ouço V.exa falar de progresso, de crescimento e desenvolvimento, de um Estado Social e de solidariedade: regurgito mesmo. Quando o voltar a ouvir falar em sacrifícios vou-me lembrar sempre do que vi nos olhos de um garoto, que é certamente muito mais homem do que muitos homens. E não me vou esquecer de si, do mal que tem feito ao país e que continua a fazer impunemente. O tempo o julgará, já que a Justiça está visto que não pode fazê-lo.

PS: as traseiras dos hipermercados deste país são nos tempos que correm, em alguns dias da semana, quase tão movimentadas como o interior dos mesmos. Sugiro ao Senhor primeiro-ministro uma visita a estes locais em vez de andar por aí a visitar fábricas que exportam rolhas para a China e portáteis para a Venezuela. Ou será que não quer ver o país real? O país que o senhor ajudou a construir. Ou devo dizer destruir?
Tiago Mesquita, Expresso

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Trabalhos de consolidação na Linha do Douro concluídos

Quase um ano depois da derrocada na linha do Douro, a Refer anunciou ontem a conclusão das obras de reforço do talude ao quilómetro 142,5, no troço que liga o Tua (Carrazeda de Ansiães) ao Pocinho (Vila Nova de Foz Côa).
Os trabalhos custaram menos do que o previsto.
Foram menos 200 mil euros do que inicialmente previsto.
No dia de Natal do ano passado uma derrocada interrompeu a circulação de comboios entre as duas estações, um troço que faz circular cerca de 125 passageiros por dia.
Os trabalhos foram adjudicados à OFM e custaram 950 mil euros, menos 200 mil euros do que o previsto inicialmente, segundo anunciou ontem a Refer, em comunicado.
Em Fevereiro deste ano as obras foram adjudicadas por cerca de 1 milhão, 150 mil euros mas os trabalhos foram concluídos quase um ano depois por cerca de 950 mil euros.
As obras consistiram, essencialmente, “na execução de pregagens, recalces, vigamentos, colocação de redes de dupla torção, painéis HEA (High Energy Absorption) e barreira dinâmica”, segundo informou a empresa.
Dadas as características da zona onde ocorreu a derrocada, num vale do Douro, a maior parte dos trabalhos foram realizados por alpinistas com formação específica para intervenções em altura mas “sem incidentes, apesar do elevado risco associado a uma obra deste tipo”, segundo realça o mesmo comunicado.
Recorde-se que a circulação já tinha sido retomada em 1 de Abril deste ano, mas com condicionalismos à passagem pelo local da derrocada, que obrigavam os comboios a reduzir a velocidade. Brigantia

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Comunicado do MCLT

O MCLT – Movimento Cívico pela Linha do Tua, felicita os congéneres do MCDLT, cuja iniciativa reuniu mais 4500 assinaturas, que representam outras tantas pessoas indignadas com todo o processo anti-democrático de imposição de construção de uma negativa e descabida barragem na foz do rio Tua, e consequente destruição do vale e da Linha do Tua.
Após a petição entregue pelo MCLT com 5100 assinaturas de cidadãos de várias nacionalidades, discutida em plenário da AR em Julho de 2009, cuja contagem actual de assinaturas na página de recolha disponibilizada na Internet ultrapassa agora as 8000, e em consonância com o manifesto entretanto lançado que reuniu também uma soma de mais de 5000 assinaturas, são assim quase 18000 vozes a dizer não à barragem do Tua e sim à Linha do Tua.
Com os tristes episódios de promiscuidades que temos assistido ultimamente, os trasmontanos e demais cidadãos, quer nacionais quer estrangeiros, que têm pugnado pela modernização, reabertura e prolongamento da Linha do Tua, e pela preservação do vale do Tua, em consonância com políticas energéticas e de transporte alternativas e ainda por cima mais eficazes que as que nos impõem, clamam por honestidade, justiça e responsabilização dos envolvidos neste processo obscuro e embusteiro.
Com mais este clamor, o MCLT interpela a Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações, e demais deputados da Assembleia da República, sobretudo àqueles filiados em partidos que se têm mantido calados, tímidos ou amordaçados, a agirem urgentemente contra este descalabro sem vergonha, antes de ficarem na História como os Carrascos do Tua, por interesses recônditos ou pura negligência indesculpável, a troco da ruína da região trasmontana.
Mirandela, 30 de Novembro de 2010.
MCLT - Movimento Cívico pela Linha do Tua
http://www.linhadotua.net/

O desmentido

Henrique Monteiro